A inflação percebida pelos consumidores de Florianópolis foi de 0,62% em junho – cerca de metade do índice registrado no mês anterior. Desta vez a alta foi puxada pela alimentação (0,49%), transportes (1,33%) e mais uma vez pelo aumento no preço da eletricidade (3,78%), que teve a bandeira tarifária elevada (vermelha 2) por conta da crise hídrica que ameaça a geração de energia.
Alimentação
Os alimentos, que correspondem a mais de um quinto do orçamento das famílias, voltaram a subir em junho (0,49%), depois de uma ligeira queda (-0,10%) no mês anterior. A alta se concentrou em produtos comprados nos supermercados e feiras (0,80%), enquanto os preços de refeições fora de casa ficaram estáveis.
Os maiores aumentos foram das carnes (2,17%) e das aves e ovos (1,56%). Já os vegetais ficaram mais baratos, com queda nos preços dos cerais, leguminosas e oleaginosas (-0,94%), hortaliças e verduras (-3,64%) e tubérculos, raízes e legumes (-5,42%). O preço da batata inglesa caiu mais de 10%.
Energia e transportes
A tarifa de energia elétrica residencial, que já vinha de um aumento forte no mês anterior (5,4% em maio) voltou a subir forte em junho (3,78%). A alta é novamente reflexo da crise hídrica, que levou à elevação da bandeira tarifária para o patamar mais alto, encarecendo as tarifas para desestimular o consumo.
O grupo de produtos e serviços ligados aos transportes, que pesam tanto no orçamento das famílias quanto a alimentação, teve alta de 1,33%. Mas desta vez a culpa não foi dos combustíveis para automóveis, que tiveram um aumento discreto (0,29%), se comparado com o do mês anterior, próximo de 10%. O aumento de junho foi puxado pelo transporte público (2,43%).
Entre os demais grupos pesquisados, a energia elétrica voltou a impactar os preços ligados a habitação (alta de 1%). Houve aumentos também em saúde e cuidados pessoais (0,26%), despesas pessoais (0,41%), educação (0,32%) e comunicação (0,87%). Tiveram pequena redução de preços (-0,14%) os grupos vestuário e artigos de residência.
Sobre o Índice de Custo de Vida
O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 30 de junho.
A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag. (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.
Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.