Florianópolis (SC) e Ribeirão das Neves (MG) e Santos (SP) são exemplos de cidades que adotaram a tecnologia para ganhar em eficiência energética, sustentabilidade e bem-estar social
O uso de LED na iluminação pública permite aos municípios aliar tecnologia, economia, sustentabilidade e mais segurança em um único projeto. A substituição das antigas lâmpadas de vapor metálico tóxico pode garantir economia de até 50% com os gastos de energia elétrica, manter ruas e praças mais seguras e ainda contribuir com o meio ambiente.
No Brasil, muitos municípios apostam nessa tecnologia e estão modernizando seus sistemas. Ruas de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais, por exemplo, já contam com sistema de iluminação pública mais eficiente. O consórcio IP Minas (formado pelas empresas Quantum e Fortnort Desenvolvimento Ambiental e Urbano) avançou mais de 30% em 2020 em todo o parque de iluminação pública. A cidade mineira entrou em 2021 com 8.285 pontos com lâmpadas de LED, o que representa mais eficiência e menor manutenção na iluminação pública. Apesar de as lâmpadas de vapor de sódio ainda serem maioria, o objetivo do IP Minas é atingir os 100% de tecnologia LED até o final de 2022.
As cidades de Santos, no litoral paulista, e Florianópolis, capital catarinense, também encaram essa corrida. Atualmente, Santos conta com 29.425 pontos de iluminação pública cadastrados. Desses, 5.879 já contam com a tecnologia LED, por meio da modernização feita pela SQF LUZ (concessionária composta pelas empresas ENGIE, Quantum Engenharia e Fortnort Desenvolvimento Ambiental e Urbano). Em Florianópolis, dos 57.160 pontos de iluminação pública, 8.487 já tiveram as lâmpadas antigas substituídas por LED, num trabalho realizado pela SQE LUZ (formado pelas empresas ENGIE e Quantum Engenharia). Em somatório, os consórcios SQE E SQF contabilizam a substituição de mais 25 mil lâmpadas tradicionais por LED nos municípios em que operam em Santa Catarina e em Santos.
As vantagens do uso de LED na iluminação pública não se limitam às econômicas. A tecnologia também traz benefícios ambientais, por ser livre de metais pesados; ser composta por materiais recicláveis; e ter vida útil prolongada, diminuindo a necessidade de descarte. O trabalho de implantação segue protocolos rígidos conforme as normas ambientais vigentes, com o descarte enviado a empresas especializadas, que emitem certificado de descontaminação.
“Isoladamente, a lâmpada tradicional tem uma concentração relativamente baixa de compostos tóxicos, porém, em grandes volumes, pode causar danos sérios à população e ao meio ambiente”, alerta o engenheiro Derek Voigt Derek, mestre em engenharia de produção com foco em gestão de operações e logística reversa pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Outro ponto positivo para o LED é no que diz respeito ao conforto visual e à maior nitidez para os usuários. A tecnologia promove um facho de luz mais direcionado e apresenta maior índice de reprodução de cores, de até 90% para o LED e pouco mais de 20% para a de vapor de sódio.
Apesar disso, o Brasil ainda tem um longo percurso a seguir. Conforme dados da Associação Brasileira das Concessionárias de Iluminação Pública (ABCIP), o país tem cerca de 16 milhões pontos de iluminação pública, e a maior parte ainda conta com lâmpadas poluentes e de baixa eficiência.
Cinco benefícios do LED para a iluminação pública
1. Gera economia aos cofres públicos
Estima-se que as lâmpadas LED são 80% mais econômicas do que as incandescentes e 30% mais econômicas do que as fluorescentes. Isso acontece por diversos motivos. Um deles é porque o consumo de energia proporcionado por meio da tecnologia LED passa a ser menor, o que ajuda a evitar o desperdício.
2. Menos manutenção
A tecnologia LED é conhecida por ser bastante resistente e com uma taxa de falha muito baixa, devido à própria estrutura que apresenta: suas cúpulas são produzidas com mecanismos que evitam danos à pintura e impedem que as peças se soltem.
3. Tem maior durabilidade e vida útil
A LED tem durabilidade mínima de 60 mil horas – o que pode durar pelo menos 5 anos, dependendo da frequência de utilização diária. As lâmpadas incandescentes, por exemplo, duram 1 mil horas em média, período pela qual produzem pouca luminosidade e geram muito calor. Já as fluorescentes têm uma capacidade luminosa até cinco vezes maior, durando de 10 mil a 15 mil horas.
4. Mais segurança à população
As lâmpadas LED possuem um brilho menor e mais uniforme que as lâmpadas convencionais, que emitem radiação ultravioleta e podem causar uma sensação de cansaço visual aos motoristas e aos pedestres. Além disso, possui também um fluxo luminoso mais amplificado e potente e uma luminosidade mais clara, oferecendo mais segurança à população.
5. É sustentável
As lâmpadas LED não são nocivas ao meio ambiente. Cerca de 98% dos materiais que as compõem são recicláveis e, por isso, podem ser descartados sem causar danos à natureza – ao contrário das lâmpadas tradicionais, que possuem mercúrio em sua composição, um dos metais mais tóxicos do planeta, tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana.