O Aeroporto Internacional de Florianópolis recebeu na tarde desta quinta-feira uma operação inédita: o voo de um boeing 747-400F, um dos aviões mais apreciados do universo da aviação. O avião cargueiro, que pesa quase 400 mil quilos, fez uma viagem intercontinental, entre a China e a capital catarinense, trazendo 700 metros cúbicos de mercadoria de natureza hospitalar. São materiais de EPI, de um importador privado.
É a primeira vez que o Aeroporto Internacional de Florianópolis recebe este modelo de aeronave. Há 25 anos, um avião semelhante porém menor e menos pesado, um boeing 747-200, já havia feito uma escala na cidade. O pouso do jumbo 747-400F ocorreu às 15:02 desta quinta-feira e a decolagem está prevista para a sexta-feira (12). A operação é da cia aérea Terra Avia, da República da Moldávia, país europeu vizinho da Ucrânia.
“Este voo é a materialização de um aspecto do Aeroporto Internacional de Florianópolis, que a Floripa Airport sempre acreditou e trabalhou arduamente para demonstrar: somos um aeroporto com condições excepcionais para a movimentação de cargas, com infraestrutura no mesmo nível dos 5 principais aeroportos do país para o setor” analisa Ricardo Gesse, Diretor Geral da Floripa Airport.
Gesse observa também que Santa Catarina tem tudo para ser um polo logístico do Sul do Brasil:
“Somos um estado com condições ímpares para o transporte aéreo internacional de mercadorias, com um dos programas de incentivo fiscal mais atrativos do Brasil para o segmento”.
Obras de pátio e pista feitas pela Floripa Airport são melhorias que credenciaram o aeroporto de Florianópolis para operações deste porte e garantiram a homologação em outubro de 2019, junto à Anac, do aeroporto para receber aeronaves wide body ou código “E”, como o jumbo. São elas:
● A ampliação da pista principal de pouso e decolagem;
● O alargamento da pista com a implementação de acostamentos;
● O aumento da capacidade de pátio com a inauguração do novo terminal;
● A construção de áreas de segurança nas cabeceiras, as chamadas RESA.
Do ponto de vista operacional, outras características são condicionantes favoráveis para operações com aeronaves código E:
● a resistência do pavimento da pista, atestada recentemente por estudos técnicos feitos pela concessionária;
● o baixo índice de fechamento do aeroporto por questões meteorológicas, um dos menores do eixo sul/sudeste;
● o fato da pista de 2.400 metros estar ao nível do mar.
Outra iniciativa da Floripa Airport para garantir a operação com a aeronave jumbo foi a parceria com a Dnata, empresa de atividade de rampa (Ground Handling), especializada no atendimento de aviões de categoria E, um serviço que o aeroporto da Capital ainda não tinha.
“O Floripa Airport Cargo é um novo player no cenário de logística aérea internacional, o que, do ponto de vista nacional, diversifica as opções do mercado e, ao olhar o universo local, traz muitos frutos ao estado catarinense. Até agora, o que acontecia é que o importador internacional trazia a carga aérea por São Paulo e depois dependia do transporte rodoviário para chegar a Santa Catarina. Agora, saímos desta dependência total de São Paulo, reduzindo custo e tempo de importação. É um novo cenário que gera emprego na região e movimenta nossa economia” observa Gesse.
A eficiência operacional do Terminal Internacional de Cargas do aeroporto, como a segurança do terminal, a agilidade na liberação de mercadorias (71% liberadas em até 24 horas) e a infraestrutura de armazenamento, também contaram para a vinda do boeing 747-400F, um voo que entra para a história do Aeroporto Internacional de Florianópolis.