A quantia total recebida com as doações será a mesma doada pelo Grupo Pedra Branca, dobrando o valor da arrecadação
A comunidade Frei Damião, em Palhoça, é considerada a de maior risco social de Santa Catarina. Segundo dados do último Censo do IBGE, mais de 5 mil pessoas vivem no local e sentem os impactos do isolamento social devido ao coronavírus.
Em muitas famílias, crianças e adolescentes dependiam do alimento servido em escolas e projetos sociais. Sem estes serviços, suspensos para prevenir a proliferação do vírus, em muitas casas a alimentação não é suficiente. Além disso, a renda de muitas famílias provém de trabalhos informais e autônomos. Para garantir o acesso da comunidade a alimentos, itens de higiene e de limpeza durante este período, acaba de ser lançado o Fundo de Apoio às Famílias da Comunidade Frei Damião.
Liderado pelo Grupo Pedra Branca, pela Associação Comercial e Industrial de Palhoça e pela Associação de Moradores da Pedra Branca, o fundo foi criado em parceria com o Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (ICOM), responsável pela gestão e apoio técnico.
A campanha funcionará da seguinte forma: a cada R$ 1 doado por pessoas físicas e jurídicas, o Grupo Pedra Branca doará mais R$ 1. O valor limite da coparticipação será de R$ 200 mil, sendo R$ 100 mil em doações espontâneas ou mobilizadas pelos parceiros da iniciativa e R$ 100 mil doados pelo Grupo Pedra Branca. O fundo de apoio, porém, não terá teto de arrecadações. Portanto, mesmo após alcançar a meta de coparticipação, continuará a receber doações.
“Sempre tivemos um compromisso importante com a comunidade Frei Damião. E, nesse período no qual muitas famílias estão enfrentando ainda mais dificuldades em função das medidas restritivas para contenção da proliferação do coronavírus, precisamos agir com ainda mais força e urgência para ajudar a Frei Damião”, afirma Marcelo Gomes, presidente do Grupo Pedra Branca.
As doações podem ser feitas por meio de depósito ou transferência bancária:
Banco: 001 – Banco do Brasil
Agência: 5201-9
Conta corrente: 10918-5
Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (ICOM)
CNPJ: 07.756.988/0001-62
Sobre a campanha
A campanha prevê a arrecadação de recursos financeiros para o Fundo, que será gerido e terá o apoio técnico do ICOM. Um aporte inicial de R$ 15 mil, recursos do Fundo Social Pedra Branca, está sendo feito no Fundo de Apoio às Famílias da Frei Damião – fruto de parceria prévia entre o ICOM e o Grupo Pedra Branca.
O ICOM irá mapear iniciativas de Organizações da Sociedade Civil (OSCs), movimentos sociais e outros coletivos de interesse público que estejam realizando intervenções que contribuam para garantir o acesso das pessoas a alimentos seguros, nutritivos e suficientes, assim como itens de higiene e de limpeza, durante o período de distanciamento social na comunidade Frei Damião.
As iniciativas mapeadas serão analisadas pela equipe do ICOM e pelos instituidores do Fundo. Serão selecionadas aquelas que apresentem maior alinhamento da campanha com o objetivo do proposto pelo Fundo. Por tratar-se de uma situação emergencial, as tomada de decisão será a mais rápida possível.
A doação às OSCs e movimentos sociais se dará via carta-convite. Todo o processo será realizado com total transparência e a prestação de contas dos recursos será publicada no site http://www.icomfloripa.org.br/blog/.
Sobre a Frei Damião
A comunidade é considerada a de maior risco social de Santa Catarina, com cerca de 5.500 pessoas em situação de vulnerabilidade social, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, o que equivalia, à época, a 3,75% do total da população do município de Palhoça.
Pesquisa realizada em 2011 para subsidiar a regularização fundiária e investimentos públicos na região levantou, a pedido do ICOM e do SEBRAE, um número de 870 pessoas em trabalho informal, 426 pessoas consideradas “do lar”, 146 desempregados e 173 catadores/recicladores, além de identificar 15 imóveis comerciais/industriais/de serviços.
De acordo com pesquisa feita pelo ICOM, o bairro é caracterizado como “aglomerado subnormal” por ser fruto de ocupação ilegal da terra, por possuir urbanização fora dos padrões vigentes (refletido por vias de circulação estreitas e de alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas desiguais e construções não regularizadas por órgãos públicos) e pela precariedade na oferta de serviços públicos essenciais (abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e fornecimento de energia elétrica). Essa situação resulta na baixa oportunidade de desenvolvimento econômico, social e comunitário, e na baixa qualidade de vida dos moradores.