É uma festa que o mundo inteiro comemora, até mesmo aqueles que seguem um calendário diferente do ocidental – como os judeus, chineses ou a Coréia do Norte – mas muito poucas pessoas conhecem a origem da festa. No Brasil, ela adquiriu características bem específicas, quem vem de fora acha tudo diferente e original.
Pra começar, tudo parte do principio que rituais são importantes para as civilizações. Uma etapa cumprida, vencida, significa vitória! Os primeiros indícios de comemoração surgiram onde se costuma afirmar ser o berço da humanidade civilizada, a Mesopotâmia (região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, hoje Irã e Iraque).
Como dependiam primordialmente da agricultura, as festas eram ligadas ao começo do plantio com o fim do inverno. Então a festa não ocorria em janeiro, e sim em março, segundo o calendário do hemisfério norte. Somente em 1582, com a adoção oficial do calendário em vigência atualmente, o início do ano passou a acontecer em 1 de janeiro.
O então Papa Gregório afirmou que o início de um novo ano carrega a esperança de melhoras, atraindo prosperidade, dinheiro, felicidade. O termo réveillon, no entanto, surgiu algum tempo depois, no século XVII, na França, e tem como origem semântica o significado de “acordar”!
No Brasil, as comemorações só começaram a acontecer a partir do século XIX, com a nobreza, que era cosmopolita e frequentemente viajava para a Europa. O sincretismo religioso do século XX transformou a festa naquilo que conhecemos atualmente, com a adoção de diversos elementos das religiões africanas como tradicionais à festa.
O final de ano do brasileiro é cheio de manias, que vão desde a cor da roupa íntima, da vestimenta branca até a tradição de apostar na Mega da Virada – que é sorteada no último dia do ano, à noite – além dos alimentos que “podem” e os que “não podem”. Sim, há superstição até nisso!
Nada de comer aves na ceia de Ano Novo porque elas “ciscam pra trás” e podem dar azar! O peru de natal, por exemplo, está proibidíssimo! Peixes e suínos são mais indicados. Lentilhas, uvas, champanhe não podem faltar, são sinônimo de prosperidade, felicidade e sorte.
Pular ondas, repetir rituais, vale tudo para atrair um ano cheio de alegrias, independente da crença religiosa das pessoas. Não adianta dizer que a roupa branca é oriunda do candomblé: alguns evangélicos não admitem passar a virada do ano vestidos de preto, por exemplo. Tradição é tradição!
A festa mais conhecida do país acontece no Rio de Janeiro. Os quilômetros de areia da praia de Copacabana recebem milhões de pessoas oriundas de diversos lugares do mundo, num lindo congraçamento ecumênico. As praias de todo o país ficam lotadas, independente da condição climática que apresentarem.
Fora do país, as comemorações são habitualmente dentro de estabelecimentos, com raras exceções como a da Time Square, em Nova Iorque, ou a baia de Sydney, na Austrália. Os shows de fogos de artifício, no entanto, são praticamente universais e competem no quesito duração.
Como curiosidade, veja de onde vieram as tradições de ano novo mais conhecidas do Brasil:
Romã – Os fenícios levaram pro Mediterrâneo.
Fogos de artifício – Invenção chinesa.
Uva – Espanha.
Pular 7 ondas – África.
Bebida espumante – Veio dos romanos.
Rabanada – Portugal.
Lentilha – Itália.
Curiosidades
Alguns costumes ainda não chegaram, mas conhecendo bem o Brasil, rapidinho alguém pode incorporar. Na Dinamarca, sobe-se e desce-se de cadeiras à meia noite. Na Holanda, fogueiras públicas são acesas. No Equador queimam-se fotos de coisas ruins e na Áustria derrete-se chumbo na água para ver as imagens que serão formadas. Não falta criatividade!