Estudantes de graduação em Administração Pública da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) apresentaram na manhã desta quinta-feira, 28, o resultado de consultorias desenvolvidas ao longo do semestre letivo para atender demandas da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis (SMS) e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social de Santa Catarina (SDS). As recomendações devem ser colocadas em prática pelos dois órgãos de governo.
A apresentação, na presença de gestores das secretarias, foi realizada no Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), no campus da Udesc na Avenida Madre Benvenuta, em Florianópolis. As consultorias foram realizadas como atividade da disciplina Teoria e Prática em Administração de Serviços Públicos, com orientação da professora Sulivan Fischer, por grupos de alunos da última fase do curso.
Saúde
Dois grupos desenvolveram consultorias para atender demandas da SMS da Capital. Uma delas analisou uma nova política da secretaria, implantada este ano: o Centro de Avaliação, Reabilitação e Desenvolvimento de Aprendizagem (Cedra). A unidade atende alunos de escolas municipais de até 14 anos e com suspeita de transtornos do neurodesenvolvimento.
A equipe de estudantes da Udesc Esag elaborou indicadores para a avaliação dos serviços prestados pelo Cedra. O grupo também produziu uma ferramenta para o monitoramento desses indicadores, capaz também de exibir os dados de forma gráfica e acessível no site da Prefeitura, em tempo real, servindo assim como instrumento de gestão e transparência.
O segundo grupo produziu ações de comunicação para tornar conhecidos e atrair a participação das pessoas nos conselhos de saúde de Florianópolis. A cidade tem um conselho municipal e 41 conselhos locais ativos, responsáveis por fiscalizar e tomar decisões sobre as políticas públicas de saúde do município. Eles produziram um manual do conselheiro (em forma de livreto), banners e cartazes, em formato impresso e digital, em linguagem acessível.
Desenvolvimento social
Outros dois grupos de estudantes de graduação se dedicaram ao atendimento de demandas apresentadas pela SDS-SC. Um deles produziu um manual para os membros dos conselhos dos direitos da criança e do adolescente (estadual e municipais) de Santa Catarina. De modo simples, o manual explica o que são os conselhos, suas responsabilidades, composição, estrutura e funcionamento.
A última equipe desenvolveu uma metodologia para automatização dos custos básicos dos serviços dos centros de referência de assistência social (Cras), unidades mantidas pelos municípios, mas financiadas também com recursos federais e estaduais. O estudo quantificou os custos de pessoal dos Cras, de acordo com o porte do município, para estimar com precisão os valores necessários de repasses para que eles possam cumprir suas funções.
Melhorias
A secretária estadual de desenvolvimento social, Maria Elisa da Silveira De Caro, atestou a qualidade dos trabalhos de todos os grupos. “Vai nos ajudar demais”, garantiu. De acordo com o secretário-adjunto, Dirceu Antônio Oldra, os estudantes foram muito além do previsto inicialmente. “Definindo o custo, podemos ajustar casos de municípios que gastam menos que o estimado ou que gastam mais e, no entanto, a qualidade não corresponde”, disse Oldra.
Para Thaise Alana Goronzi, chefe do Departamento de Integração Assistencial da SMS, o trabalho realizado pelos alunos com o Cedra é inovador. “Somos os primeiros a inovar e abrir caminhos dentro da própria secretaria [neste sentido]”, diz a gestora. A secretária executiva do Conselho Municipal de Saúde, Gerusa Machado, o trabalho deixará “um legado para o controle social”. Esta já é a terceira consultoria feita pelos alunos da Udesc Esag ao conselho.
Parceria
A parceria entre a Udesc Esag e a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis vem desde 2010, com o órgão municipal apresentando a cada semestre demandas a serem atendidas. Já a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social participou pela primeira vez do projeto. Professores do curso discutem com as secretarias a viabilidade das demandas e as apresentam aos alunos, que desenvolvem as soluções até o fim do semestre letivo.
Para a professora Sulivan Fischer, responsável pela disciplina e pela orientação aos grupos de estudantes, a parceria com os órgãos públicos e o modo como todo o projeto é desenvolvido garante a implementação dos resultados. “Sabemos que os produtos das consultorias serão utilizados e implementados, porque foram desenvolvidos em conjunto com os gestores e atendem a demandas reais”, explica.