Terceiro tipo de câncer mais frequente em homens e segundo entre as mulheres pode ser evitado com exame de colonoscopia
O mês de setembro é dedicado à campanha de prevenção ao câncer colorretal, o terceiro mais diagnosticado em homens e o segundo mais comum entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, ao menos 36 mil novos casos devem ser diagnosticados em 2019 no Brasil. A doença matou mais de 9.200 homens e 9.600 mulheres há dois anos.
A doença tem crescido no mundo todo principalmente devido a hábitos alimentares e estilo de vida inadequados. “Por conta disso, a American Cancer Society (ACS) reduziu a idade recomendada de rastreamento do câncer colorretal de 50 para 45 anos para quem não tem histórico na família de tumor ou pólipo no intestino. Estamos adotando essa diretriz em nossa rotina aqui em Florianópolis ”, destaca a médica coloproctologista do Gastro Medical Center, Juliana Stradiotto Steckert. Se houver casos na família, o acompanhamento deve iniciar 10 anos antes da idade o qual o familiar apresentou o diagnóstico.
De acordo com Juliana, além da colonoscopia, a prevenção passa pela mudança de hábitos. “Temos uma fila de aproximadamente seis mil pacientes aguardando a colonoscopia no SUS em Santa Catarina. Por isso, durante a campanha Setembro Verde, nos preocupamos em divulgar também que mudanças de hábitos de vida são muito importantes, como reduzir o consumo de carne vermelha e produtos processados. Aumentar o consumo de frutas, legumes e cereais são benéficos. Criar uma rotina de atividade física completa a lista de sugestões”, orienta.
Desmistificando a colonoscopia
Juliana Steckert comenta que é preciso quebrar preconceitos em relação às doenças intestinais porque no caso do câncer colorretal, ele pode ser silencioso e quando o paciente descobrir, poderá ser tarde demais. “Quando diagnosticado em estágio inicial, temos 90% de chances de cura. Os pacientes, principalmente os homens, precisam perder o medo – que também têm em relação ao toque para o exame de próstata, e cuidar da saúde. É um exame seguro e por estar sedado por um anestesiologista, gera mínimo desconforto”, destaca.
A médica explica que o preparo para a realização da colonoscopia inclui uma dieta sem fibras e também laxativos. “É importante que não haja fezes para que o médico possa ter a melhor visão possível do intestino. Durante o exame conseguimos identificar pólipos e removê-los”, conta Juliana.
Após sedado, o médico introduz no ânus do paciente um colonoscópio que percorre todo o intestino grosso e eventualmente o final do intestino delgado. Caso encontre alguma lesão, é realizado o registro da imagem e remoção do material para biópsia. Após acordar o paciente pode ir para casa. Precisa estar acompanhado por maior de 18 anos e está proibido de dirigir.