O documentário de curta-metragem “As Rendas de Dinho” (2019, 24'45”), com direção e roteiro de Adriane Canan, terá sua pré-estreia em Florianópolis dia 7 de setembro, no Cinema do CIC, às 20 horas, dentro da programação do Cineclube Cinema Unisul. seguida de conversa com o público. Vencedor do Prêmio Catarinense de Cinema 2018, o curta foi gravado entre 22 e 25 de maio e mostra fragmentos do universo superlativo de Ediwaldo Pedro de Oliveira, o Dinho, para além do espaço que ocupa como o primeiro e um dos únicos rendeiros do Pântano do Sul e de toda a ilha de Santa Catarina.
Na sessão, Dinho estará rendando ao vivo. As rendas também estarão expostas e à venda. Quem quiser, também pode contribuir com um quilo de alimento para doação, que será entregue por ele e as demais rendeiras do Armazém da Renda posteriormente a uma instituição.
A renda é um fio condutor de uma espécie de talk show sobre a extraordinária história da vida de Dinho, hoje com pouco mais de 60 anos. Rompeu cedo com protocolos tradicionais e, enquanto os outros garotos de uma das mais tradicionais comunidades de Florianópolis iam para alto-mar e já começavam a lida com as redes de pesca, ele aprendia a fazer renda de bilro, às escondidas, com uma prima. Cedo também aprendeu o que é o preconceito relacionado à orientação sexual. Foi embora de sua cidade, viveu em diversos lugares: São Paulo, Toronto, Vancouver. Foi garçom, dançarino e professor de lambada, fez muitas coisas. Viveu amores, ganhou muitos amigos.
Há cerca de 20 anos, voltou ao Pântano do Sul. Já foi dono de um bar onde, entre as mesas e o balcão, tramava sua renda. Foi motorista de ambulância. Foi precursor na organização do Carnaval e nos desfiles de fantasia no Pântano. Hoje a renda é seu foco. Representa Santa Catarina em intercâmbios: viaja para ensinar as técnicas de renda de bilro próprias de seu lugar. É uma das personalidades que recebeu a Medalha Manezinho da Ilha Aldírio Simões, um tradicional reconhecimento a quem difunde a cultura de Florianópolis, em cerimônia no dia 28 de agosto, na Câmara Municipal. Dono da própria trama, agora é protagonista do documentário.
O filme tem a equipe composta majoritariamente por mulheres. As locações principais são o Pântano do Sul, onde Dinho vive e nasceu, e o Mercado Público, seu local de trabalho, no Armazém da Renda. Conta também com recursos de acessibilidade para o público, audiodescrição, legendas e tradução em LIBRAS.
Por meio da trajetória do protagonista, que comanda a narrativa do documentário quase como um apresentador de si mesmo, de uma curadoria afetiva em imagens de arquivo e da presença de alguns de seus muitos amigos, o filme questiona qual o lugar das pessoas no mundo. Dinho é do Pântano e é do mundo? Como o Dinho do mundo vê o Pântano? Como o Pântano vê o mundo? E o amor? Dinho fala com amor, saudades e alegria para o Pântano e para o mundo.
SINOPSE
No Armazém da Renda, uma voz grave se destaca entre as batidas suaves dos bilros. É a fala de Dinho, homem que, ainda rapaz pequeno, nos anos 1960, desafiou regras daquela vila de pescadores na ponta mais ao sul daquela ilha. Os meninos da sua idade iam para alto-mar e herdavam dos pais a lida com as redes da pesca. Dinho, escondido, aprendia a rendar a tramoia com a prima Nezinha. Aprendeu cedo também a força do preconceito contra sua orientação sexual. Rodou mundo. Foi garçom de vice-governador em São Paulo, professor de lambada no Canadá, motorista de ambulância quando voltou ao Pântano. Foi dono de bar. Foi muitas coisas. É um dos precursores da arte de travestir-se no Carnaval, festa que fez crescer em sua praia de origem, em Florianópolis. É superlativo. Hoje, o centro de seu mundo é a renda de bilro. Ele é o Dinho Rendeiro e conta sua história extraordinária direto do Pântano do Sul.
PRÉ-ESTREIA
7 de setembro
Cinema do Centro Integrado de Cultura – CIC, 20 horas.
Sessão com recursos de acessibilidade (audiodescrição e tradução em LIBRAS)
Entrada gratuita.
Classificação indicativa: 12 anos.
AS RENDAS DE DINHO
Curta-metragem / Documentário
Vencedor do “Prêmio Catarinense de Cinema” – Edição 2018, realização do Governo do Estado de Santa Catarina, através da Secretaria de Estado de Turismo Cultura e Esporte/Fundação Catarinense de Cultura, com recursos do Fundo Estadual de Incentivo à Cultura (FUNCULTURAL).
FICHA TÉCNICA
Estrelando: DINHO
Sempre na memória: NEZINHA
Direção e roteiro: Adriane Canan
Assistência de direção: Natália Poli
Produção Executiva: Flávia Person
Direção de Produção: Edinara Kley
Direção de fotografia e câmera: Débora Klempous
Assistência de fotografia e câmera: Diego Canarin
Técnica de som direto: Ingrid Gonçalves
Pesquisa: Adriane Canan e Edinara Kley
Trilha sonora: Carlinhos WS
Logagem: Alan Langdon
Montagem e finalização: Alan Langdon
Edição de áudio e mixagem: Alan Langdon
Assistente de montagem: Caetano Rufino Langdon
Projeto Gráfico: Gabi Bresola
Desenhos: Marcos Walickosky
Foto Still: Gabi Bresola, Natália Poli, Flávia Person, Barbara Marins Pettres
Maquiagem: Gabriela Nascimento Dutra
Figurino e montagem do Dinho: Rosemy Nascimento
Legendagem: Sansara Buriti
Audiodescrição, transcrição e legenda descritiva: Sansara Buriti
Intérprete de LIBRAS: Ana Paula Jung
Assessoria de imprensa: Barbara Marins Pettres
Alimentação da equipe: Elisabete da Silva Conceição
Assessoria Contábil: Patrícia Rodrigues Cândido Perassa
Imagens de arquivo do Papai Noel no Pântano do Sul: Alcides Dutra
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