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Florianópolis, 23 novembro 2024

Temática eclética no fim de ano do cineclube francês

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O último ciclo do ano do cinema francês na Fundação Cultural Badesc exibe uma cinematografia eclética. Promovido em parceria com a Aliança Francesa, o programa reúne filmes contemporâneos com curtas do anos 50, 60 e 70. Há animações, documentários e ficções.

A Ilha Vigilante, de Euzhan Palcy, é um filme de 2006, que retrata o poeta martiniquense Aimé Césaire, e será exibido na segunda-feira, dia 9, na abertura do ciclo. Já no dia 16 entra em cartaz Decididamente Animados, uma série do melhor do cinema de animação francês. Entre os selecionados, Os três inventores, de 1980, curta de estreia de Michel Ocelot. O diretor foi homenageado em julho na 8ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis.

Para o dia 23 estão previstos duas ficções. África sobre o Sena, rodado na França e no Senegal em 1957, de Mamadou Sarr e Paulin Vieyra, faz uma reflexão sobre a França colonialista e o premiado O Wazzou Polígamo, de Oumarou Ganda, de 1970, sobre os dramas da cultura mulçumana.

No dia 30, serão apresentados três curtas também de ficção. Paris é bonita!, de Inoussa Ousseini, de 1974, aborda a vida de um africano em Paris; Os príncipes negros de Saint Germain de Pres, de 1975, exibe jovens brancas exercitando seu erotismo com homens negros; e Os cowboys são negros, de Serge-Henri Moati, realizado em 1966, que conta a história da filmagem de O Regresso de um Aventureiro, primeiro western africano.

O QUÊ: Ciclo de novembro de cinema francês.

QUANDO: Abertura dia 9, segunda-feira. Sessões todas segundas-feiras, às 18h30.

ONDE: Cineclube Fundação Cultural Badesc. Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis, tel.: (48) 3224-8846.

QUANTO: Entrada gratuita.


FILMES

Dia 9 – A Ilha Vigilante (França, 2006), de Euzhan Palcy. PB. Duração 55min.
A vida, a obra e a ação política do poeta Aime Césaire conduz os espectadores a descobrir sua Martinica. Político anti-colonial com vários mandatos na Martinica, é um desses artistas a quem a cultura branca virou as costas. Negro, ostenta sua “negritude”, consciente de suas raízes africanas. Para ele, o homem vê, pensa e integra a natureza numa espécie de cerimônia sem contornos, inesgotável.

Dia 16

Decididamente Animados/ Do Curta ao Longa (França, selecionados em 2008).

Animação em Cores. Duração 64min. O ladrão de pára-raios (Le voleur de paratonnerres), de Paul Grimault (10min)
Os caramujos (Les escargots), de René Laloux (11min)
Um coração para emergências (Coeur de secours), de Piotr Kamler (9 min)
Port’ e a Filha das Águas (Port’ et la Fille des Eaux), de Jean-François Laguionie (12min)
Os três Inventores (Les Trois inventeurs), de Michel Ocelot (13 min)
O Pequeno Circo de Todas as Cores (Le Petit Cirque de Toutes Les Couleurs), de Jacques-Rémy Girerd (7 min)
Tudo Bem, Tudo Bem (Ça va, ça va), de Sylvain Chomet e Philippe Leclerc (3 min).

Dia 23

África sobre o Sena (França/Senegal, 1957), de Mamadou Sarr e Paulin Vieyra .PB. Duração 21min.
Com Marpessa Dawn, M Bathily, AM Baye, C. Clairval, D. Dane, I. Diop, M. Leprovol, P. Letourneur, L. Malik
A África está na África sobre as margens do Sena ou no Quartier Latin? Interrogações “meio-amargas” de uma geração de artistas e estudantes à procura de sua civilização, sua cultura e seu futuro.

O Wazzou Polígamo (França, 1970).
De Oumarou Ganda. Com Issa Goumbokoye, Lam Dia, Salamatou Joseph. Cores. Duração 38min.
Ganhador do Prêmio de Crítica Internacional no Festival de Dinard, 1972
Etlon de Yennenga, Fespaco 1972
Um mulçumano recebe o título de El Hadj quando volta de Meca. Inescrupulosamente ele cobiça a jovem Satou, prometida a Garba, que, furioso, deixa a aldeia. Entretanto, a segunda esposa do hadj não aceita a intrusa e planeja matar Satou antes da cerimônia.

Dia 30

Paris é bonita! (França, 1974).
Cores. Duração 23min.
De Inoussa Ousseini. Com Jo Anouma, Charlotte French
Um jovem africano chega à França clandestinamente. Em 24 horas ele será mistificado, enganado e destituído de seus poucos bens. Após uma noite na bela estrela e apesar de toda sua família ter ficado no país, ele envia uma carta em que escreve “Paris é bonita”.

Os príncipes negros de Saint Germain de Pres (França/Senegal, 1975).
Cores. Duração 14min.
De Ben Diogaye Beye. Com Aziz Diiop, Muriel Dovaz, Moussa Sarr, Aurélia Crawford, Moussa Coulibay, Christiane Gibelin, Claire Lorain
Nas esplanadas de Saint-Germain-de-Pres, as jovens brancas que procuram exotismo são as preferidas de efebos elegantes e pretensiosos. A imaginação deles nunca é pouca para entreter e convencer as suas crédulas conquistas. Momentaneamente sem dinheiro, eles serão “príncipes” vindos de lendários reinados.

Os cowboys são negros (França, 1966).
PB. Duração 15min.
De Serge-Henri Moati. Com Moustapha Alassae, Petit Bana, Djingarey Maiga, Boubacar Souna, Ibrahim Yacouba, Abdou Nani, Moussa Arouna, Zalika Souley.
Moustapha Alassane, cineasta nigeriano, realiza Le Retour d’un (O Regresso de um Aventureiro), primeiro western africano. Os cowboys são negros conta a história deste filme de ação e de amor e mostra-nos como é tênue a fronteira entre a realidade e a ficção, o cinema e a vida.