Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag).
A alta mais significativa verificada pelo ICV/Udesc Esag foi a dos gastos com transportes (1,44%). Depois dos produtos de alimentação, esse grupo é o segundo com mais peso, representando quase 19% do índice. As despesas com transporte foram impactadas principalmente pela alta dos combustíveis, que subiram 4,74%.
Outros grupos de preços, ainda que com influência menor no índice geral (entre 10 e 13%), também tiveram alta acima da média do mês, como despesas pessoais (1,62%) e habitação (0,97%). Dentro desse último grupo, os aluguéis e taxas subiram 1,39%.
Na contramão dos demais grupos, os preços dos produtos de vestuário tiveram uma queda significativa, com variação de -3,13%. Se consideradas nesse grupo apenas as roupas (excluindo calçados e acessórios) a queda foi ainda maior (-4,88%).
Alimentação
Diferente do que costumava acontecer nos meses anteriores, desta vez não foram os alimentos os principais responsáveis pela alta geral. No conjunto, os produtos de alimentação e bebidas quase não subiram (variação de 0,02%). O grupo alimentação e bebidas é o que mais pesa no cálculo geral, compondo mais de 20% do índice.
Mas essa estabilidade no conjunto dos alimentos esconde aumentos significativos no preço de alguns produtos – compensados pela queda em outros. Os tubérculos, raízes e legumes subiram em média 25,8%, com destaque para o tomate (46,3%), cebola de cabeça (27,3%) e batata inglesa (21,5%).
De acordo com o coordenador do cálculo do ICV/Udesc Esag, Hercílio Fernandes Neto, o excesso de chuva na época da colheita de algumas dessas culturas, como a batata, especialmente em São Paulo, levou à perda de parte da produção. Com menor oferta desses produtos no mercado, o preço subiu.
Sobre o Índice de Custo de Vida
O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 29 de março.
A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag), na atualização das ferramentas utilizadas.
Mais informações
Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.