O alto índice de não comparecimento dos pacientes em consultas e exames na rede pública de Saúde em Florianópolis agrava o tempo na fila de espera e tem grande impacto financeiro. O custo com o absenteísmo – a ausência não justificada dos pacientes – em consultas médicas agendadas com especialistas nas 4 policlínicas do município em 2018, ultrapassará os R$ 7 milhões. Este valor corresponde a 30% dos pacientes agendados que não comparecem às consultas.
O total do recurso perdido com o absenteísmo no município poderia, por exemplo, custear todos os medicamentos consumidos por um ano; custear 11 novas equipes de saúde da família durante 12 meses, ou então contratar 34 novos médicos para atender nas unidades de saúde por 1 ano.
O secretário da Saúde Alberto Justo da Silva, relata que os gastos com os atendimentos realizados nas policlínicas são fixos, independente do comparecimento ou não do paciente. “Temos gastos de manutenção da estrutura e pagamento dos profissionais. Diferente dos serviços prestados pelas empresas contratadas, onde o município paga somente o atendimento realizado”.
AGENDAMENTO E AVISO AOS PACIENTES
O bairro dos Ingleses tem o maior número de equipes de saúde e família do município. São 7 equipes que agendam em torno de 7.290 procedimentos por mês. “Tivemos meses em que o absenteísmo chegou a 40%, por isso, desde o ano passado realizamos ações para conscientizar os pacientes e este número melhorou bastante. Hoje as pessoas ligam para avisar o cancelamento”, diz o coordenador da unidade, Henrique da Luz Daros. Todos os dias, das 11h às 12h, o horário é reservado para tirar dúvidas dos pacientes sobre a marcação de consulta ou exame.
A gerente de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde, Talita Rosinski explica que todas as unidades de saúde seguem um protocolo padrão para o agendamento e aviso aos pacientes. “As 49 unidades de saúde fazem ao menos 3 tentativas de contato telefônico em dias e horários diferentes e sempre que possível é realizado a busca ativa, indo até a residência do paciente, mas mesmo assim em muitos casos o paciente não é encontrado”.
DADOS DESATUALIZADOS
A desatualização dos dados cadastrais dos pacientes é a maior reclamação do coordenador da unidade de saúde dos Ingleses. “Temos a preocupação de localizar o paciente, para isso organizamos equipes extras, mas em muitos casos o número de telefone está errado, o paciente não atende ou então ele já mudou de endereço e não nos informou”, relata Henrique.
MELHORIA DO SISTEMA
A Secretaria da Saúde iniciou em 2017 um diagnóstico para melhorar os índices de absenteísmo no município e já obteve avanços. Em 2017 o percentual geral de absenteísmo era de 31,7% e no primeiro semestre deste ano caiu para 26%.
A partir de janeiro de 2019 começará a funcionar um novo sistema de informação que prevê avisos aos pacientes por aplicativo de celular e o reaproveitamento de vagas. “Esse sistema servirá de base para o Programa Alô Doutor, previsto para estar em funcionamento até o segundo semestre do ano que vem. Ele também facilitará ao paciente a atualização dos dados cadastrais, sem precisar ir até a unidade de saúde”, salienta o secretário Alberto Justo da Silva.
As informações são da Assessoria de Imprensa da Prefeitura da Capital.