Prática comum em países avançados, as operações podem ser assistidas pelo computador. Tecnologia a serviço da saúde garante segurança ao paciente e tranquilidade aos familiares
A clínica dos cirurgiões plásticos Zulmar Antonio e João Justino Accioli de Vasconcellos, em Florianópolis, agora conta com mais um incremento para o conforto e a segurança do paciente. Recurso trivial em países desenvolvidos e já se espalhando pelo Brasil, trata-se de um sistema de vídeo implantado no centro cirúrgico e nas três unidades de recuperação pós-operatória. O equipamento é simples, igual aos computadores caseiros munidos de câmeras sem fio (wireless), e tem o mesmo custo praticado pelo mercado.
Neste caso, ele adquire múltipla funcionalidade: a câmera da sala de cirurgia transmite toda a movimentação ao vivo para o acompanhante que aguarda no apartamento e também para as mesas dos cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e diretores da clínica. Posteriormente, na fase de alta anestésica, o paciente continua a ser monitorado pela câmera instalada no quarto, tornando seu período de internação mais seguro e tranquilo. Ao mesmo tempo, o acompanhante pode fazer uso do computador que está no apartamento para navegar na internet, jogos, além de assistir a programas de TV por cabo.
Em recente entrevista nas “Páginas Amarelas” da revista “Veja”, o chefe do Programa de Transplantes do Hospital Albert Einstein, em São Paulo , Ben-Hur Ferraz Neto, defendeu a instalação de “caixas-pretas” nas salas de cirurgia para arquivar as imagens da operação e, assim, oferecer maior segurança ao paciente. Aqui, os procedimentos não são gravados, apenas transmitidos em ângulo aberto, sem mostrar detalhes chocantes aos leigos que acompanham o seu andamento.
E, mesmo sendo possível assistir de casa ou até por meio de um aparelho de telefone celular, esta opção foi descartada para garantir a preservação do sigilo médico. Por enquanto, a novidade é oferecida exclusivamente à área interna da clínica, com acesso protegido por senha e ainda assim sob consentimento do paciente. Em breve, o benefício será estendido aos familiares, que poderão ver de qualquer computador. Conforme Zulmar, “o objetivo é seguir a política de quanto mais transparência melhor”, porém, sempre respeitando o desejo do paciente de se expor ou não.