Artigo escrito por Murilo Flores – Presidente da Fatma (DC, 18/10/2009).
A possibilidade real de implementação do Jardim Botânico de Florianópolis, após o anúncio do investimento de R$ 20 milhões pela EBX, do empresário Eike Batista, recoloca uma perspectiva em relação ao meio ambiente e ao turismo catarinenses. Isso porque, além dos tradicionais papéis de área de lazer, espaço de ciência e educação ambiental, e de convívio com a natureza, em meio a um espaço urbano, pretende-se que o jardim botânico seja um portal para a natureza de Santa Catarina. A ideia é fazer com que ele estabeleça uma ligação com as 10 unidades de conservação gerenciadas pela Fatma que está investindo cerca de R$ 50 milhões nessas unidades , além de dezenas de outras mantidas pela União e por municípios. Grande parte dessas unidades são parques que, além da conservação ambiental, permitem a visitação do público em geral. Esse conjunto de parques, com bons investimentos, ajudará a criar um cenário favorável ao meio ambiente e ao turismo da natureza.
A Santur, através de uma pesquisa, verificou que a maioria dos turistas visita SC pela sua natureza. E os maiores especialistas em turismo do mundo, que vieram ao WTTC, ficaram encantados com as paisagens que viram, e afirmaram que esse é o maior trunfo catarinense. Desse modo, preservar a natureza pode ir além do importantíssimo compromisso ético com a sociedade e o ambiente. Podemos fazer isso, aumentando nossas possibilidades turísticas, gerando mais emprego e renda, sem a sazonalidade atual e a ação predatória, que devasta um dos nossos principais ativos, a natureza.
O grande desafio que temos é criar uma estratégia catarinense de turismo da natureza, que envolve turismo ecológico, turismo rural, agroturismo, turismo de aventura, arvorismo, observação de pássaros, etc. Esse processo está em pleno andamento, mas ainda há muito caminho a trilhar. O jardim botânico tem papel estratégico nesse processo.