Estreia do Ato Performático Popol Vuh integra as comemorações dos 30 anos do Teatro da UFSC
Estreia nos dias 19 e 20/9, sábado e domingo, às 20h, na área externa do Teatro da UFSC, o Ato Performático Popol Vuh, baseado no poema maia-quiché da Guatemala “Popol Vuh” registrado na língua quiché, no século XVI. A montagem é resultante do projeto de Pesquisa e Extensão “Construindo Histórias no Teatro”, que acontece no Departamento Artístico Cultural (DAC) da UFSC, com a participação de jovens universitários e da comunidade catarinense.
Em seleção nacional, o projeto “Popol Vuh: uma montagem cênica” foi contemplado pelo Programa Proext Cultura 2008, e recebeu apoio do Ministério da Cultura e do Ministério da Educação. O trabalho tem direção de Maris Viana.
Além de fazer parte da programação comemorativa dos 30 anos do Teatro da UFSC, com vários espetáculos agendados para todo este ano, a montagem também será apresentada nos dias 25 e 26 de setembro, às 21h30, na Semana Ousada de Artes UFSC – UDESC, um evento com diversas atividades culturais que está na segunda edição. Veja mais sobre esse evento em www.semanaousada.ufsc.udesc.br. Em outubro, dias 3 e 4, Popol Vuh voltará à cena.
As apresentações, dirigidas ao público acima de 12 anos, acontecem na rua, no pátio entre o Teatro da UFSC e a Casa do Divino. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados com antecedência no DAC – Teatro da UFSC, dias 17 e 18/9, das 14h às 18h
Sobre o Popol Vuh
A iniciativa da montagem de Popol Vuh partiu do projeto de Pesquisa e Extensão “Construindo Histórias no Teatro”, que desde 2005 investiga no Teatro da UFSC diferentes formas de configuração da cena contemporânea, focalizando o seu processo de produção textual. A montagem de Ato Performático: Popol Vuh foi realizada com a participação de estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina, jovens da comunidade catarinense e equipe técnica. A trajetória da montagem partiu da investigação do poema maia-quiché da Guatemala “Popol Vuh” registrado na língua quiché, no século XVI.
A obra principal utilizada como referência de pesquisa foi a edição do poema publicado no Brasil em quiché e em português, uma publicação bilíngüe de 2007, organizada por Gordon Brotherston e Sérgio Medeiros.
Considerado um clássico americano indígena, a narrativa se abre para diferentes possibilidades de leitura. Neste breve recorte, a obra será focalizada pelo aspecto das origens das quatro criações, que parte da vontade dos deuses de serem adorados, tendo início a concepção de toda a Terra e dos animais. Porém, esses animais não puderam louvá-los, por não serem capazes de falar, por isso são condenados a devorar uns aos outros para sobreviverem.
Os deuses investem, então, na criação do primeiro homem, feito a partir do barro, o qual é incapaz de procriar e dizer os divinos nomes de seus criadores, sendo assim, destruído. O segundo homem criado, feito de madeira, passa a habitar a terra. Apesar de falar e se procriar, esse homem é incapaz de lembrar os nomes de seus deuses, pois não possui memória. Desta forma, é invocado um dilúvio que os elimina. Os deuses buscam o conselho de seus sábios anciões para criar um novo humano, que é feito à base dos nutrientes do milho misturado a outros ingredientes.
Com tamanha inteligência e beleza, o recém-nascido homem de milho causa espanto aos seus criadores, que temem serem por eles igualados. Desta maneira, os deuses condenam sua bela cria a viver na terra com uma visão limitada que só percebe a matéria bruta ao seu redor.
Do diálogo com a Obra Popol Vuh, o O’Gia Grupo de Teatro apresenta o Ato Performático: Popol Vuh. Os micros acontecimentos apresentados se configuram a partir da investigação cênica realizada pelo grupo e apontam para a tentativa de mapear elementos da obra inspirados pela origem das criações.
Num primeiro contato, o grupo vislumbra um Popol Vuh aéreo, porém, ao se aproximar mais da obra, as imagens cênicas vão se configurando em direção ao solo.
Desse encontro com o poema maia-quiché, o O’Gia Grupo de Teatro busca sensibilizar o interlocutor através de cores, cheiros, sons e imagens para o que pode se fazer presente deste acontecimento.
Construindo Histórias no Teatro
O projeto de Pesquisa e Extensão Construindo Histórias no Teatro acontece com a participação de jovens universitários e jovens da comunidade catarinense, e vem, desde 2005, experimentando diferentes formas de produções cênicas, como leituras performáticas, intervenções em espaços alternativos e peças de teatro. Um dos focos principais de pesquisa do projeto é a investigação do processo de produção da narrativa cênica e suas implicações estéticas. Assim, o projeto possibilita que o jovem, além da pesquisa teórica, também participe da pesquisa prática que é a montagem e produção da cena contemporânea, que é apresentada ao público catarinense. As produções cênicas do grupo são submetidas à apreciação do público acadêmico e ao público catarinense, possibilitando o intercâmbio artístico e cultural entre a Universidade e a comunidade.
O grupo de jovens já investigou e realizou a montagem cênica de textos de Samuel Becket, Alan Poe, Jean Paul Sartre, Manuel Bandeira e outros. Em 2007, o grupo apresentou a peça teatral “O santo e a porca”, de Ariano Suassuna, que resultou na formação do Grupo O´Gia de Teatro. Em 2008, Maris Viana foi convidada para dirigir o grupo de alunos formandos em teatro, na categoria de atores e atrizes, da Escola Técnica de Artes de Alagoas.
O trabalho resultou na montagem cênica de Pusik, uma performance que partiu da investigação da Obra Popol Vuh, poema maia registrado em meados do século XVI pelos maias-quichés, povos nativos da América Central. O poema já foi traduzido em diferentes línguas e é popularmente conhecido como o “Livro Sagrado” dos maias e a bíblia das américas. O texto se remete à gênese do homem das Américas, feito de milho.
Coordenado por Maris Viana, mestre e doutoranda em Literatura na UFSC, o projeto “Construindo Histórias no Teatro” é realizado no Departamento Artístico Cultural, da Secretaria de Cultura e Arte, da Universidade Federal de Santa Catarina. No início de cada ano são abertas novas vagas para os estudantes da UFSC e jovens da comunidade, que se interessam em participar do processo de pesquisa e produção do espetáculo cênico. O projeto visa à inclusão do jovem no movimento artístico e cultural de Santa Catarina, contribuindo para a formação do público catarinense.
SERVIÇO:
O QUÊ: Estreia do espetáculo “Popol Vuh: uma montagem cênica”, baseado no poema maia-quiché da Guatemala “Popol Vuh”, registrado na língua quiché, no século XVI.
QUANDO: Dias 19 e 20 de setembro de 2009, sábado e domingo, às 20 horas
ONDE: Teatro da UFSC: espetáculo de rua, entre o Teatro e a Casa do Divino. Teatro da UFSC, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis.
QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade. Recomendado para maiores de 12 anos.
CONTATO: DAC – Teatro da UFSC (48) 3721-9348 e 3721-9447
Por [CW] DAC: SECARTE: UFSC, com texto e fotos da coordenação do projeto.