Prefeitos de 14, dos 22 municípios da Grande Florianópolis, estiveram reunidos na Capital nesta quinta-feira, 29, para discutir uma maneira de enfrentar a atual crise financeira. As informações são da assessoria da PMF.
De acordo com o prefeito da Capital, as administrações já reduziram ao máximo seus gastos com o custeio da máquina pública e a falta de repasses obrigatórios por lei tem agravado ainda mais a situação. Muitos municípios estão na iminência de sofrer reflexos no atendimento à população, afirmou.
Também participou do encontro, que ocorreu a convite do prefeito Cesar Souza Jr., o presidente da Federação Catarinense do Municípios (Fecam) e prefeito de Chapecó, José Cláudio Caramori.
Caramori afirmou que a queda na arrecadação, aliada à falta de repasse de verbas por parte dos entes federados, representou nos últimos dez meses um prejuízo de pouco mais de R$ 290 milhões aos municípios catarinenses.
O presidente da Fecam destacou que a capacidade de investimento próprio dos municípios catarinenses, na média, foi de apenas 0,45% entre 2006 e 2014, quadro que se agravou ainda mais com a atual crise. O resultado é que muitos municípios estão enfrentando dificuldades para fechar a folha de pagamento e manter o atendimento básico.
Na próxima quinta-feira, dia 5, a partir das 9h, os prefeitos da Grande Florianópolis darão uma entrevista coletiva para divulgar as ações que serão tomadas em conjunto para enfrentar as dificuldades. A exemplo da Capital, em que Cesar Souza Junior lançou o projeto “Florianópolis enfrentando a crise”, os demais municípios da região também estão implantando ações.
Praticamente todas as cidades enfrentam redução de salários, de cargos comissionados, de serviços, diminuição da frota, entre outras medidas e, mesmo assim, não está fácil cumprir com todos os compromissos financeiros e manter em funcionamento serviços básicos.
Cidades também sofrem com as chuvas
Os municípios com menor renda e população da Grande Florianópolis, além da crise financeira, enfrentam os efeitos das últimas chuvas no Estado, como em Antônio Carlos, por exemplo. “Na nossa cidade não temos desemprego, as pessoas estão mais no campo, 80% trabalham na terra, mas lá a situação de perda também está insustentável. Na prefeitura cortamos 50% dos cargos comissionados”, disse o prefeito Antônio Paulo Remor.
Em Angelina, a situação não é diferente. Lá, a agricultura já perdeu 50% da produção e os agricultores já não conseguem mais se deslocar pelos 1,3 km de estradas alagadas. “Como vamos resolver todos estes problemas sem ajuda nenhuma? Precisamos de um olhar dos governos estadual e federal e da compreensão do Tribunal de Contas e do Ministério Público”, afirmou o prefeito José Nilton da Silva.
Participaram da reunião desta quinta-feira os prefeitos:
Cesar Souza Junior; Pedro Francisco Garcia (Águas Mornas); Marco Antônio Medeiros Júnior (Anitápolis); Antônio Paulo Remor (Antônio Carlos); Ramon Wollinger (Biguaçu); Antônio da Silva (Canelinha); Juliano Duarte Campos (Governador Celso Ramos); Camilo Martins (Palhoça); Isaac Diniz (Rancho Queimado, em exercício); Sandro Vildal (Santo Amaro da Imperatriz); Laurindo Peters (São João Batista); Adeliana Dal Pont (São José); Valério Tomazi (Tijucas) e José Carlos Caramori, prefeito de Chapecó e presidente da Federação Catarinse dos Municípios (Fecam).