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Florianópolis, 31 janeiro 2025

Maior exposição de Joan Miró já realizada no Brasil será aberta neste fim de semana em Florianópolis

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Depois de passar por São Paulo, a exposição "Joan Miró – a força da matéria", maior exposição já realizada no país dedicada ao artista espanhol nascido em 1893 e que morreu em 1983, será aberta à visitação pública neste sábado, 12, no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), em Florianópolis.

A mostra ficará na cidade até o dia 15 de novembro. A entrada é gratuita, com distribuição de senhas diariamente para três turnos de visitação:

– 10h às 12h;
– 13h às 16h;
– 17h às 19h (de terça-feira a sábado) e das 17h às 18h (aos domingos e feriados).

As senhas serão distribuídas meia hora antes de cada turno – para visitação no mesmo dia – em guichê instalado na entrada do Centro Integrado de Cultura (CIC). A previsão é de que sejam distribuídas 350 senhas por turno para o público espontâneo.

Não haverá distribuição de senhas para datas futuras, bem como não será possível comparecer no turno da manhã e retirar senha para os turnos da tarde e vice e versa.  

Os agendamentos para visitação servem apenas para grupos (de terça a sexta-feira – com número limitado) e devem ser efetuados pelo telefone (48) 3664-2633, de segunda a sexta-feira, das 14h às 17h.

A exposição

Produzida e organizada em sua edição brasileira pelo Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, em parceria com a Fundação Joan Miró de Barcelona, a mostra é composta por 112 obras: 41 pinturas, 22 esculturas, 20 desenhos, 26 gravuras e três objetos (pontos de partida de esculturas), além de fotografias sobre a trajetória do pintor catalão. As peças pertencem à Fundação Joan Miró, de Barcelona, e a coleções particulares.

A exposição divide-se em três grandes blocos cronológicos que coincidem com momentos vitais do artista nos quais vai outorgar à matéria um papel preponderante. Nos Anos 30 e 40, as pinturas e desenhos da época da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial manifestam o início do interesse de Miró pela matéria.

No período, seu caráter transgressor também se evidencia, sobretudo no terreno dos procedimentos técnicos. Foi no final dos anos 20 que Miró manifestou de forma explícita seu propósito de "assassinar a pintura", referindo-se a intenção de terminar com a concepção clássica da pintura de cavalete. É neste momento que Miró começa a fazer suas conhecidas colagens e objetos a partir de assemblage de materiais diversos.

Já nos Anos 50 e 60, com a presença maior de diferentes técnicas, destaca-se o interesse continuado do artista pela experimentação da matéria, que o levará a trabalhar de forma profusa no campo da escultura, enquanto nos Anos 70 verifica-se como Miró, sobre suportes mais inusitados, segue questionando o sentido final da arte. Neste período, uma importante coleção de gravuras indica a destreza do artista a desafiar os padrões da técnica.

Sobre o artista

Joan Miró nasceu em Barcelona, em 1893, na Catalunha no final do século XIX e, ainda muito jovem, participou das vanguardas artísticas que agitaram a vida cultural espanhola no inicio do século XX. Desde o início, Miró praticou uma pintura de colorido intenso, com forte influência do movimento fauvista, que na França, teve como seus principais expoentes os artistas Henry Matisse e Maurice de Vlaminck.

Uma grave doença levou-o a passar uma longa fase em Montroig. Nesse período, resolveu dedicar-se inteiramente à pintura. A vida, o trabalho no campo e a forte paisagem da região exerceram grande influência na formação de sua linguagem plástica.

Miró viajou a Paris pela primeira vez em 1920 e o impacto artístico e cultural da cidade sobre ele foi de tal ordem que permaneceu sem pintar durante toda a sua estadia parisiense. Entretanto, se aproximou das artes de vanguardas: conheceu o revolucionário cubista Pablo Picasso e impressionou-se com as ideias de Tristan Tzara, o grande agitador do movimento Dada, fez amizade com André Masson e inúmeros intelectuais.

André Breton, líder do movimento surrealista afirmou que "Miró é o mais surrealista de todos nós", ao se referir aos outros artistas membros daquele movimento. Miró nutre grande simpatia pelo movimento, mas permaneceu sempre independente. A liberdade será, durante toda a sua vida, um modo de pensar e de pintar.