A CPI dos Radares da Câmara de Vereadores de Florianópolis ouviu nesta terça-feira, 30, os depoimentos de Walmor Nascimento e Davi Nascimento, pai e filho e proprietários da Artmil, empresa contratada pela Kopp para fazer a manutenção dos radares em Florianópolis.
Nesta quinta-feira, 2, a CPI dos Radares toma três novos depoimentos: de um representante da Engebrás, de Fabiano Barreto, da Kopp, e de João Carlos Ghizzi, da empresa Santo Antônio.
Walmor
Na oitiva do dia 28 de maio, o ex-diretor de gestão de projetos e área comercial da Kopp, Décio Stangherlin, mais conhecido por Marinho, afirmou que os R$ 100 mil encontrados com os agentes públicos Júlio Pereira Machado, Jean Carlos Cardoso e o motorista Theo Matos durante abordagem realizada pela Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Sul, eram para a empresa Artmil que recebia da Kopp R$ 20 mil por mês para executar o serviço. Marinho garantiu que os R$ 100 mil eram um adiantamento pago a pedido do dono da terceirizada.
Walmor Nascimento admitiu que fez a solicitação para a Kopp adiantar cinco meses de pagamento devido à dificuldade financeira que a Artmil enfrentava. Mas, o depoente garantiu que não pediu a Júlio, o Caju, para buscar o valor. “O Júlio pegou o dinheiro sem minha autorização. Não recebi o dinheiro”, destacou o proprietário da Artmil.
Sobre a relação com o guarda municipal, Walmor afirmou que conhecia Júlio porque os dois moram no mesmo bairro e que profissionalmente o conhecia da guarda municipal. “Eu vendi alguns produtos para a Secretaria Municipal de Segurança, e quando ele se tornou secretário adjunto eu falava com ele”.
Contratos
O vereador Ricardo Camargo Vieira (PR), relator da CPI, embasado por dados da Transparência da Prefeitura, salientou que só constam contratos entre a Artmil e o Executivo de Florianópolis a partir de 2013, no mesmo período em que Júlio Pereira Machado estava a frente da Secretaria de Segurança da cidade. Mas Walmor negou que havia ligações entre os contratos, reiterando que todos foram feitos por meio de licitações, e que prestou serviços para a Prefeitura antes da data indicada pelo vereador. “Eu tive outros contratos anteriores. Se não aparece é porque está errado”, assegurou o depoente.
O relatório da Polícia Federal aponta que Walmor Nascimento, o filho Davi Nascimento, e Theo Mattos, teriam feito um saque que seria propina para os servidores investigados. O depoente negou. “Eu não repassava para ninguém o valor. Era para pagar minhas contas”.
Davi
Davi Nascimento, que depôs na sequência, também negou o saque e disse que conheceu Théo Mattos na prisão onde ficou por 30 dias. Ma, foi contrariado pelo presidente da CPI, Vanderlei Farias (PDT), que mostrou ligações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal que revelam proximidade entre os dois. O advogado do depoente afirmou que pediu perícia judicial sobre a conversa apresentada, impedindo o cliente de responder as indagações dos vereadores. Com a recusa em esclarecer os fatos, os integrantes da Comissão decidiram encerrar a oitiva.