A Associação Florianopolitana de Voluntários (Aflov) está oferecendo curso de customização em roupas para adolescentes e jovens em vulnerabilidade social. A primeira turma de 20 alunas – 10 portadoras de necessidades especiais – começa nesta segunda-feira (17/08), sob a supervisão da estilista Bete Melo. O curso se estende por 10 meses, de segunda a sexta, das 14h às 17h, na sede da entidade, Travessa Professor Madeira Neves, 71, Centro, próximo ao supermercado Hippo. Durante este período, as alunas recebem duas horas diárias de aula teórica e o restante de aula prática.
“Dividimos assim para ficar menos cansativo”, explicou Bete. Ela disse que o objetivo do curso é ensinar jovens e adolescentes a transformar roupas usadas em peças atraentes e exclusivas. Ressaltou que, durante o curso, serão utilizadas roupas e acessórios repassados pela Aflov, entidade mantenedora do projeto e que também fornece o maquinário.
Bete comentou que o resultado do trabalho depende da criatividade da aluna. “Ela pode, por exemplo, aplicar lantejoulas, missanga, fuxico e outros adereços para deixar a roupa bem personalizada”. Após a formatura desta primeira turma, a Aflov abrirá vagas para a segunda edição do curso.
Segundo a presidente da Aflov, Rosemeri Bartucheski, a inclusão de jovens portadores e não portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho não pode mais ser considerada um problema individual, ou seja, somente de sua família. “Ao incluir um jovem com necessidade especial juntamente com jovens não portadores, estaremos proporcionando a eles uma razão para lutar e amenizar os problemas enfrentados com as suas deficiências. É uma maneira de estar reconhecendo-os e lhes dando oportunidades iguais no mercado de trabalho tão competitivo dos dias de hoje”.
Histórico
A palavra “customização”, que até pouco tempo não existia na língua portuguesa, foi criada para traduzir uma expressão em inglês custom made que significa sob medida. Tudo indica que esta resposta nasceu com o movimento hippie na década de 60, com o advento dos processos artesanais e o desenvolvimento de técnicas de tingimentos de tecidos, trabalhos com retalhos (patchwrk) contribuindo para a personalização das peças (Palomino, 2002).
Nessa onda, customizar significa reciclar, transformar o básico numa nova peça, única, exclusiva, seja com cortes, apliques, costuras decorativas, lantejoulas, babados, botões, tingimentos, pinturas, entre outras infinidades de maneiras e materiais utilizáveis para a obtenção de roupas e acessórios únicos, diferentes daqueles produzidos em série.