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Florianópolis, 3 janeiro 2025
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Pesquisador da UFSC descobre a menor flor de orquídea do mundo

Meio ambientePesquisador da UFSC descobre a menor flor de orquídea do mundo
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O pesquisador Carlos Eduardo de Siqueira, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), descobriu a orquídea com a menor flor do planeta: a Campylocentrum insulare. As informações são da Agecom.

A Campylocentrum insulare, antes da floração, é um microrramo que se confunde com uma raiz; quando desabrocha, aparecem seis pequenas flores brancas com um centro amarelo, que não alcançam um milímetro – tudo junto não chega a meio centímetro. “Eu achei a flor pequena e pesquisei as orquídeas. Não há nenhuma tão pequena como esta”, informa Siqueira.

Carlos Eduardo chegou a pensar que se tratava de um fungo ao avistá-la pela primeira vez no labroatório da universidade. Porém, ao analisá-la num microscópio, viu, pela primeira vez, com detalhes, um exemplar de Campylocentrum insulare – a orquídea com a menor flor do planeta.

O ramo com a Campylocentrum insulare fora entregue um ano antes, em dezembro de 2010, pela orientadora de Siqueira no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas da UFSC, Ana Zannin. “A planta foi coletada na Unidade de Conservação Ambiental Desterro (Ucad) e trazida, com outras, da subtribo que eu estava analisando. Elas são colocadas na estufa, e esperamos a floração para a identificação”, explica.

Após a coleta, Siqueira contou com a colaboração do biólogo e ilustrador científico Rogério Lupo. “Ele ficou com uma flor conservada em álcool por algum tempo, e completou o desenho a partir das fotos com as técnicas próprias do método científico para obter todos aqueles detalhes. É um grande artista.”

Para ser incorporada à fitoteca do Herbário Flor do Departamento de Botânica, a planta precisou ser desidratada e prensada. “Ela está no armário de Typus – onde estão amostras de referência que -representam uma espécie – e vai poder ser comparada com outras no futuro”, relata Siqueira. O estudo de Siqueira se estendeu para um registro atualizado de orquídeas para todo o estado de Santa Catarina, que resultou na publicação de um checklist em 2014. No trabalho de catalogação, “eu cito mais de 50 espécies que nunca haviam sido registradas para Santa Catarina, pois foram coletadas no Estado e depositadas nos herbários que visitei, mas ainda não haviam aparecido em nenhuma publicação”.

O artigo com a descrição da Campylocentrum insulare, cujo nome homenageia a Ilha de Santa Catarina, foi publicado apenas em fevereiro de 2015. O pesquisador preferiu terminar o mestrado e depois focar a atenção na descoberta. Como era apenas um exemplar, ele sabia que receberia questionamento de revisores e contatou um especialista em Campylocentrum, Edlley Max Pessoa da Silva. “Ele trabalha com este gênero e veio de Pernambuco para ver a planta. Acabou assinando o artigo junto conosco.”

Siqueira contou com o apoio financeiro de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Programa Nacional de Apoio e Desenvolvimento da Botânica (PNADB/Capes) – uma parceria entre UFSC, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Estadual de Santa Cruz (BA) e Jardim Botânico do Rio de janeiro (JBRJ), no projeto “Rede em Epífitas de Mata Atlântica: sistemática, ecologia e conservação”, coordenado na UFSC por sua orientadora, Ana Zannin – e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).