Será lançado nesta quarta-feira, 28, em Florianópolis, o programa Rede Vida no Trabalho. A iniciativa é uma parceria entre as secretarias municipal e estadual de Saúde e o Ministério Público do Trabalho para diminuir os casos de acidente de trabalho na cidade. As informações são da Secretaria de Comunicação do Executivo Municipal.
O projeto deverá reunir outras entidades, direta ou indiretamente ligadas ao tema, com o objetivo de educar e conscientizar tanto trabalhadores quanto empregadores sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho. Além da divulgação dos resultados de pesquisas, as ações da rede devem motivar alternativas para ações e campanhas de conscientização. A meta é tirar Florianópolis do topo dos rankings negativos sobre o tema e torná-la exemplo de ações integradas para a redução dos agravos fatais e graves até 2020.
A iniciativa pretende também cruzar dados e aumentar a confiabilidade dos números. De acordo com o secretário executivo da organização, representante do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Santa Catarina, Maurício Silva, as informações historicamente divulgadas sobre o tema não levam em consideração o mercado de trabalho informal nem os acidentes ocorridos com servidores públicos ou autônomos, por exemplo, pois o INSS só registra acidentes de quem paga Seguro Acidente de Trabalho.
A rede deverá atuar na reunião das informações do INSS, do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), entre outros, para oferecer uma “inteligência” no planejamento de ações.
Números
Em Santa Catarina, dados do INSS apontam um índice 48% superior à média nacional nos afastamentos temporários do trabalho entre 2005 e 2011. Além disso, segundo o IBGE, Santa Catarina ocupa o 1º lugar no ranking nacional do trabalho infantil, na faixa etária de 10 a 17 anos.
Algumas doenças relacionadas a atividades econômicas predominantes em Florianópolis, como o setor de serviços são as lesões por esforços repetitivos e os transtornos mentais relacionados ao trabalho. O setor de Saúde, amplamente difundido no município, por sua vez, é responsável por muitos acidentes com risco biológico, como a transmissão do HIV e das Hepatites B e C.
Quanto aos acidentes de trabalho fatais, em Florianópolis, nos últimos 17 anos, houve um aumento de mortes por quedas de edifícios e andaimes. Somente no período de 2009 a 2013, as quedas totalizaram 54% dos acidentes de trabalho fatais. Em Santa Catarina, elas representaram apenas 21% do total.