Acontece de 10 a 12 de julho, de sexta-feira a domingo, a apresentação do espetáculo teatral ´Verbais: Ninho de Palavras`, remontagem atualizada, com alunos da Oficina Permanente de Teatro do Departamento Artístico Cultural (DAC), da UFSC. Esta apresentação faz parte da temporada comemorativa de 30 anos do Teatro da UFSC, agendada para este ano.
Para comemoração o DAC organizou uma programação especial, com vários espetáculos. São 13 peças que serão apresentadas no palco do teatro até dezembro deste ano. A abertura da temporada aconteceu em maio. ´Verbais: Ninho de Palavras` é o espetáculo de julho.
Os ingressos são gratuitos. Quem quiser garantir o seu poderá retirá-lo com antecedência no DAC/Teatro da UFSC, na quinta e sexta-feira, das 14 às 17 horas. Por se tratar de espetáculo gratuito, os ingressos garantirão o acesso ao Teatro até às 20 horas. Após esse horário, os eventuais lugares vagos serão liberados para o público excedente.
Veja o blog com a programação comemorativa completa, textos sobre os espetáculos e breves textos históricos sobre o Teatro da UFSC pelo site www.dac.ufsc.br. “São grupos catarinenses com quem a UFSC sempre trabalhou oferecendo um espaço digno para apresentação de seus espetáculos”, comenta Zeca Pires, diretor do Departamento Artístico Cultural da UFSC.
A Peça, por Carmen Fossari, diretora da Oficina Permanente de Teatro
O Poema como um Pré Texto, o Poema como um Texto, o Poema como uma Poesia. Obras do espanhol Garcia Lorca, do poeta português João Jacinto, dos brasileiros, Paulo Leminski, Cora Coralina e Nicolau Flores.
A poesia é uma das grandes possibilidades de desenvolvimento aos estudantes de teatro, porque estimula a sensibilidade e ao mesmo tempo requer ao universo cognitivo o emprego dos estudos teóricos da Interpretação, resultando em encenações ágeis, de profundo teor lírico que se mesclam ao humor subjacente de alguns versos encenados.
O equilíbrio entre o significado da palavra, o significante enquanto poesia e a linguagem corporal daí suscitada são elementos significativos da construção cênica do espetáculo Verbais, Ninho de palavras.
O espetáculo mescla linguagens, mímicas, poéticas, dança, teatro com a Oficina Permanente de Teatro (OPT). Com textos dos poetas: Paulo Leminski, Nicolau Flores (Márlio Silva), João Jacinto (Portugal) e Garcia Lorca, o andaluz espanhol que igualmente foi um grande dramaturgo autor de Bodas de Sangue, A Casa de Bernarda Alba, dentre outros textos teatrais. A presença feminina na seleção dos textos recaiu sobre a Poetisa Goiana Cora Coralina.
A diversidade das linguagens cênicas coincidem com a diversidade das linguagens poéticas particulares dos escritores. Esta opção referencia dois importantes aspectos: a amplidão do universo da criação, chegando em alguns momentos a parecerem universos antagônicos como a poesia memorialista de Cora Coralina ou os versos contemporâneos de Leminski: ou ainda a densidade reveladora da ontologia dos versos de João Jacinto, diante da ácida e humorada poesia de Nicolau Flores, um pequeno poema de Calu d.Aranda, prepara ao universo mais onírico das palavras do espanhol Lorca, e o seu celebre “Verde que te quiero verde” encerram Verbais: Ninho de Palavras.
Esta ampla gama de texturas poéticas coincide com a intenção de compreender a pluralidade humana nas suas variadas matizes de sensações. Sugerem uma ruptura ao sectarismo dos ortodoxos seguidores de escolas literárias e artísticas, compreendendo aqui estilos e gêneros, que muitas vezes impelem a uma visão única e, portanto turva da complexa e maravilhosa aventura de viver e registrar-se em arte.
O poeta e Dramaturgo Garcia Lorca, o poeta curitibano Paulo Leminski, a poetisa Cora Coralina, o poeta português João Jacinto, o ilhéu, residente na Holanda, Nicolau Flores (Márlio Silva) compõem com seus poemas a estrutura dramática de VERBAIS: ninho de palavras.
As poesias são interpretadas pontuando um trabalho corporal acentuado, bem como uma coreografia capaz de propiciar aos atores uma maior profundidade aos poemas escolhidos.
Ficha Técnica:
Elenco: Alunos da OPTT II e III: Eliana Bär, Bruno Leite, Cléia R. Canatto, Eloisa Dornelles, Gabi Borges, Gabriel Orcajo, Jeane Siqueira, Lucia Amante, Mariana Lapolli, Rubia Medeiros, Lucíola Zanirato e Luiza S. Souto.
Atores Convidados: Augusto Sopran (mímico) e Nei Perin (ex-alunos da OPT).
Professores: Augusto Sopran, Carmen Fossari e Sérgio Bessa.
Arte do folder: Michele Millis.
Foto do folder e divulgação: Calu, Gabriel Vargas Merljak, Israel Merljak e Clóvis Werner
Sonoplastia: Ima D.Aranda
Técnico de Luz: Nilson Silva
Direção geral e iluminação: Carmen L. Fossari
Produção: Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC
Promoção: Departamento Artístico Cultural – DAC / Secretaria de Cultura e Arte – SECARTE/ Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
A Oficina Permanente de Teatro do DAC
A oficina recebe alunos da UFSC e pessoas da comunidade, e há três décadas é um importante laboratório de fazer teatro, que segue uma metodologia da coordenadora e diretora de teatro da UFSC Carmen Fossari, denominada de “como ser para interpretar um outro ser”. Um dos objetivos da OPT é dar uma experiência teatral para alunos da UFSC e pessoas da comunidade. O estudo teatral acontece concomitante às montagens cênicas.
Tal metodologia também tem sido empregada junto a grupos e escolas teatrais da América Latina. Para o ano de 2010 está programado um grande encontro de escolas teatrais da América Latina para ser formalizada a Escola Latino Americana de Teatro Popular, que deverá ser vinculada a organismos nacionais e internacionais, sempre priorizando o laboratório de pesquisa e do fazer teatral com a formação do ator/atriz. A OPT possibilita o registro profissional como ator/atriz, junto ao Ministério do Trabalho, através do Sindicato da Categoria.
Carmem Fossari
Natural de Florianópolis, Carmem Fossari é mestre em Literatura Brasileira, pela UFSC, com opção em Teatro; diretora de espetáculos do Departamento Artístico Cultural (DAC/UFSC), coordenadora e professora da Oficina Permanente de Teatro da UFSC, diretora e fundadora do Grupo Pesquisa Teatro Novo/UFSC.
Nessa categoria, recebeu inúmeros prêmios estaduais e nacionais, bem como representou o Brasil com espetáculos que dirigiu, escreveu e atuou nos países: Porto Rico, México, Paraguai, Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e Uruguai. Esteve com espetáculos no Chile por sete vezes, onde mantém convênio através do GPTN/UFSC com a “Cia. La Carreta” que coordena, naquele país, o Encontro de Teatro Popular Latino Americano (Entepola).
Coordenou o 1º Entepola do Brasil, na cidade de Florianópolis, em 1996, com a participação de 280 artistas das Américas e de outros continentes. Escreveu o roteiro e realizou a pesquisa do vídeo “Viva o Circo”, direção de Ronaldo dos Anjos, prêmio de melhor vídeo no Festival Nacional de Gravatal. Escreve enredos para escolas de samba de Florianópolis e artigos para jornais de Santa Catarina. Escreveu durante 10 anos para o Anuário Brasileiro de Teatro, do Rio de Janeiro, editado pelo Serviço Nacional de Teatro. Escreveu entre outras obras: “De Açores a Desterro – Uma Viagem Bruxólica”, “Isto ou Aquilo, com Sol ou Chuva”, “O Menino que jogava com o Sol”, “João Unha de Fome e Dona Maria Comecome”, ”Os 7 Segredos do Mar”, entre outros, além de adaptações. Dirigiu e produziu mais de 60 peças teatrais nas categorias de teatro adulto, infantil de títeres e de rua.
Como atriz, Carmem Fossari, além de inúmeras peças e recitais de poesias, atuou na minissérie “Ilha das Bruxas”, produzida pela TV Manchete, e, nos curtas metragens “Alva Paixão” de Maria Emília Azevedo; ”Ilha” de Zeca Pires; no média metragem “Alma Açoriana” de Penna Filho e no longa metragem “Procuradas”. Dirigiu e foi coadaptadora e produtora do espetáculo “Hamlet Nuestro”, em Santiago, no Chile. Participou de dezenas de festivais nacionais e internacionais de teatro, tanto como diretora de teatro quanto debatedora, ministrante de cursos e Integrante de comissões julgadoras.
Teatro da UFSC
O Teatro da UFSC faz parte do conjunto histórico de edifícios da atual Igrejinha da UFSC, que pertencia à Paróquia da Santíssima Trindade, localizada no bairro da Trindade, em Florianópolis. A data de fundação da paróquia é de 1853. O conjunto de edifícios foi adquirido pela UFSC em meados da década de 1970 e compreende a Igrejinha, o Teatro (antigo Salão Paroquial) e a Casa do Divino (edifício destinado ao culto do Espírito Santo por ocasião da festa).
Com a reforma dos edifícios, em 1978 a UFSC destinou a Igrejinha ao Coral da UFSC e outras atividades musicais. Em maio de 1979, numa ação conjunta da Universidade e do Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC junto ao Instituto Nacional de Artes Cênicas, foi inaugurado o Teatro da UFSC. A Casa do Divino foi reformada para abrigar as salas para cursos e oficinas de artes plásticas e outras atividades
Segundo Carmen Fossari, diretora de teatro no Departamento Artístico Cultural da UFSC, “nestes 30 anos, o fato de ser um espaço quase franciscano não impediu de ter sido, e ser, um celeiro de novos artistas, e de ter uma contribuição indelével ao fazer teatral em Florianópolis, de uma forma mais moderna e despojada”.
O Teatro da UFSC faz parte do Departamento Artístico Cultural, vinculado à Secretaria de Cultura e Arte da Universidade Federal de Santa Catarina.
Serviço:
O QUÊ: Peça “Verbais: Ninhos de P”, espetáculo do mês de julho da temporada comemorativa dos 30 anos do Teatro da UFSC
QUANDO: De 10 a 12 de julho, de sexta-feira a domingo, às 20 horas.
ONDE: Teatro da UFSC, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis-SC.
QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade. Garanta o seu ingresso retirando-o com antecedência no DAC/Teatro da UFSC, na quinta e sexta-feira, das 14 às 17 horas.
CONTATO: DAC / Teatro da UFSC (48) 3721-9348 e 3721-9447 – www.dac.ufsc.br.
Fonte: Joice Balboa, Acadêmica de Jornalismo, Assessoria de Imprensa do Departamento Artístico Cultural – DAC: SECARTE: UFSC, com material institucional e fornecido pelo grupo. Contato Notícias: (48) 3721-9348 e noticias@dac.ufsc.br
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