A Aliança Francesa promove, no dia 21 de maio, o espetáculo “Post”, da companhia Cirque Bang Bang. A peça, com entrada gratuita, ocorre no Teatro Pedro Ivo, às 20h30.
A encenação acontece em três atos desenvolvidos por dois malabaristas extremamente hábeis, Elsa Guérin e Martin Palisse, ao som do “pós-rock”. O casal é também diretor, autor, intérprete, cenógrafo, e assinam luz e figurinos da peça, que inova na proposta e abre novos rumos para o circo contemporâneo.
Elsa Guérin e Martin Palisse têm como objetivo interrogar a direção, quanto à utilização do espaço, do tempo, da luz e do som, e acreditam que direção, cenografia e coreografia devem formar uma unidade. O espetáculo “Post” não traz uma situação estabelecida previamente, não há tema, assim, a luz e o som são utilizados como matérias dinâmicas e maleáveis, como o malabarismo, e constroem-se simultaneamente à escrita global. A proposta é também ser radicalmente minimalistas: uma luz crua com oito projetores ao todo, para uma iluminação feita de claros-escuros e fontes unilaterais.
Os dois malabaristas e atores de circo, a partir da prática do voo com malabares – que se baseia na combinação do deslocamento e do malabarismo -, questionam também a relação com o outro, o espaço e o tempo, e o seu potencial ao mesmo tempo coreográfico e dramático. É um espetáculo aberto a leituras múltiplas e que está próximo dos artistas e obras contemporâneas, como a música “pós-rock” de God Speed You Black Emperor e de Thee Silver Mount Zion, o cinema de Gus Van Sant ou a coreografia de Pina Bausch.
A companhia
A companhia foi fundada por Elsa Guérin e Martin Palisse, que desenvolvem juntos há 12 anos uma relação singular com o malabarismo, de cunho minimalista e sensível, e se dedicam à criação de objetos artísticos que interrogam o potencial teatral e coreográfico do malabarismo, questionando conjuntamente escrita e dramaturgia para o circo hoje. Criaram juntos várias peças, divulgadas na França e no exterior (Coreia do Sul, Japão, Peru, Argentina) e encenaram várias vezes o casal e o drama humano em geral, em tonalidades, ora burlescas, ora mais trágicas (Dans quel sens?, Skratch, Une nuit sur Terre, BODYnoBODY, SomeBODY). Cada uma das criações da companhia é geralmente fruto de uma colaboração com artistas vindos do circo, da dança, do teatro ou da música, numa vontade de abertura, de compartilhamento e de desafios renovados.
Desde 2006, a companhia é subvencionada e acolhida em residência com a sua lona, pelo Teatro de Cusset (2006-10) e por Sémaphore, palco subvencionado de Cébazat (2010-13). Enquanto artistas associados, Elsa Guérin e Martin Palisse desenvolvem aí, além das suas próprias criações, uma sensibilização à criação contemporânea em circo (ensaios abertos, oficinas de prática artística e outros) e tentam fazer da lona uma ferramenta de compartilhamento (recepção de companhias ou artistas – ensaios, representações – e disponibilização para o festival Sémaphore en chanson). Martin também participa do Sindicato do Circo de Criação e mobiliza as trupes desde 2009 para dar ao circo de criação os meios para se desenvolver.