A exposição ERRO EX POSTO, realizada no Memorial Meyer Filho e nas ruas de Florianópolis, pelo ERRO Grupo, chega ao fim com o lançamento de um catálogo sobre as obras e com a realização de um leilão de artes nesta terça-feira, 22. Na ocasião, também serão leiloadas intervenções artísticas no 4º Bloomsburied. Tanto a exposição quanto a publicação foram realizadas com recursos do Prêmio Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura 2013, promovido pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC).
O 4º Bloomsburied é um evento no qual o ERRO Grupo vai leiloar as obras expostas – e outras performances – a partir das 19h, no hall da galeria Meyer Filho, prédio do Arquivo Municipal, em Florianópolis. O pregão está na sua quarta edição e pretende debater a questão da arte como produto mercadológico. Algumas obras terão lances iniciais de R$ 20. As únicas peças que não entram no leilão é o BustoX, instalado na Praça XV de Novembro e doado pelo ERRO Grupo à prefeitura de Florianópolis e o Cofre Público, que foi furtado quatro dias após ser instalado na rua Trajano.
O termo Bloomsburied remete ao nome da maior empresa de leilões de arte do mundo, a Bloomsbury. O nome é ainda uma referência ao personagem Leopold Bloom do livro Ulysses, de James Joyce, somado à palavra buried – que em inglês significa “sepultado”.
Durante a finissage, também será lançado um catálogo com fotos e textos de todas as 12 obras de ERRO EX POSTO e ainda das intervenções artísticas realizadas pelo grupo durante o período da exposição. Com 46 páginas e tiragem de 300 exemplares, a publicação será distribuída gratuitamente.
Além das peças em exposição no Memorial Meyer Filho, como Ossos do Ofício – instalação que traz uma bacia de vaca dentro de um aquário com piranhas – e do polêmico BustoX na Praça XV, também compõem o catálogo a intervenção urbana ECO – carro de som que circula todas as sextas-feiras pelas principais ruas do Centro da Capital desde o início da exposição, em 13 de março. ECO é uma gravação em áudio de 30 minutos com fragmentos da peça Buzkashi, encenada pelo grupo desde 2004. O texto trata de crise econômica e guerra e, segundo os integrantes do coletivo, foi escolhido entre tantos pelo tema estar mais atual do que nunca. Outra ação, intituladaTeatro Invisível, também faz parte do catálogo. Nessa intervenção, quatro moradores e ex-moradores de rua vestem os figurinos da peçaCarga Viva, de 2002, tendo como único compromisso ser fotografados pelos integrantes do ERRO Grupo uma vez ao dia até o fim da exposição. A ideia é registrar o desgaste dos figurinos e do acordo verbal firmado entre o grupo e os voluntários. Ainda no catálogo, fotos e texto sobre o Cofre Público, objeto de cena usado na peça Hasard (2012), acorrentado pelo ERRO Grupo no dia 1º na esquina das ruas Trajano com a Felipe Schmidt, na Capital, com o intuito de observar a reação dos transeuntes.Por fim, a publicação traz mais informações sobre a obra Pendurando as Chuteiras, que pendurou 12 coturnos militares em fios de eletricidade em diferentes locais no Centro de Florianópolis com o objetivo de levantar a discussão sobre segurança e militarização.
O ERRO Grupo nasceu em 2001, da angústia de seus integrantes em experimentar a arte como intervenção no cotidiano das pessoas e sua interdisciplinaridade de conceitos e áreas de linguagem. Através da construção de situações, o grupo pesquisa a união das linguagens artísticas, o performer, a invasão do espaço público e a diluição da arte no cotidiano, interferindo nos fluxos cotidianos, na paisagem urbana e nos meios de comunicação, procurando outros modos de viver e inserir-se na cidade. Em seu currículo, o ERRO conta com prêmios e a circulação de seu trabalho por mais de 60 cidades do Brasil e do exterior. Nos últimos anos, realizou o projeto Manutenção do Erro por meio do PETROBRAS CULTURAL e foi contemplado com os prêmios Rumos Teatro Itaú Cultural e Artes Cênicas na Rua.