O setor é responsável por 12.5% do PIB local, o equivalente a R$ 14,8 bilhões, e gera, aproximadamente, 500 mil empregos, quase 12% de todos os postos de trabalho
Florianópolis, 14 de maio de 2008 – O setor de Viagens & Turismo em Santa Catarina deve dobrar nos próximos dez anos. Essa foi uma das conclusões do estudo sobre impacto econômico realizado pelo World Travel & Tourism Council (WTTC), apresentado durante a 9ª Conferência Global sobre Viagens & Turismo, que acontece em Florianópolis, até 16 de maio. O setor, que hoje é responsável 12.5% do PIB local (equivalente a US$ 6,4 bilhões), deve crescer 4,5% ao ano, chegando a uma fatia de US$ 12,8 bilhões do PIB em 2019.
Embora o potencial seja indiscutível, grande parte da região ainda é inexplorada. ?O estado de Santa Catarina deve ser um dos maiores segredos turísticos, porque poucas pessoas fora da América Latina, e até mesmo do Brasil, sabem da incrível diversidade de suas paisagens, culturas e pessoas, comenta Jean-Claude Baumgarten, Presidente e CEO do WTTC, durante o lançamento da pesquisa.
É a primeira vez que o WTTC, em parceria com a Oxford Economics, mensura a contribuição econômica do turismo para um único estado do Brasil ou da América Latina, disse Geoffrey J. W. Kent, Chairman do WTTC, Presidente e CEO da Abercrombie & Kent, durante a divulgação do relatório para os integrantes do WTTC e para a Assembléia Anual do Conselho. ?Por isso, é uma grande satisfação apresentar essa pesquisa para os anfitriões da Cúpula, o governo de Santa Catarina, a EMBRATUR e o Ministro de Turismo do Brasil.
O turismo é um setor muito importante para o estado catarinense sendo responsável por, aproximadamente, 12.5% do PIB local, o equivalente a R$ 14,8 bilhões (US$ 6,4 bilhões) e gerando aproximadamente 500 mil empregos (11,9% de todos os postos de trabalho). E, até 2019, estes números podem ser ainda melhores. O PIB deve crescer 4,5% ao ano e os empregos devem subir 3,2%, para um PIB de R$ 33,8 bilhões (US$ 12,8 bilhões) e 696 mil postos de trabalho.
Apesar de a previsão ser positiva, temos muito a fazer. A concorrência internacional é acirrada, portanto, todas as partes interessadas deverão fazer um esforço conjunto para chegar a esse cenário, alertou Baumgarten. O governo e os parceiros públicos e privados devem garantir que o desenvolvimento do setor turístico seja
sustentável ? atingindo um equilíbrio saudável entre as necessidades empresariais, a proteção de recursos naturais e o bem-estar da população local, completa.
A diversidade de paisagens e culturas, o maior ativo estadual na área de turismo, continua proporcionando grandes oportunidades para crescimento, que deve ser protegida e preservada para gerações futuras. Esperamos que esse relatório aumente a conscientização do imenso potencial turístico em Santa Catarina, que seja o catalisador para incentivar a indústria e o governo a trabalharem em conjunto para garantir as condições necessárias para atingir esse cenário”, disse Baumgarten.
Maior diversidade de produtos e mercados
No relatório, o WTTC destaca o fato de que o estado de Santa Catarina é conhecido, principalmente, por suas praias entre as melhores do mundo. Mas a região também conta com outras atrações que podem ter o mesmo apelo, ou até mais, para visitantes em potencial. O desenvolvimento futuro e a promoção de novos mercados e segmentos podem ajudar a aumentar a temporada e diversificar os benefícios de turismo no estado inteiro.
A gestão e o alinhamento de recursos estaduais para aumentar a qualidade de vida de todos os cidadãos, uma responsabilidade do governo estadual, será um aspecto chave no futuro de Santa Catarina. O governo precisa melhorar a educação, avançar a prosperidade econômica, criar oportunidades inovadoras e manter um ambiente seguro e saudável. O setor de Viagens & Turismo pode ajudar a alcançar essas metas e criar as condições necessárias para um turismo saudável.
Desenvolvimento de produtos mais sofisticados
Em termos de potencial de investimento no estado, nos últimos 20 anos o desenvolvimento do turismo e do marketing de Santa Catarina foi, principalmente, direcionado para o mercado doméstico. Países vizinhos como a Argentina, o Uruguai além de outras regiões da América do Sul, buscam os mesmos produtos turísticos: acomodação simples para relaxar nas praias. Isso mostra que houve pouca necessidade de investimento em produtos e serviços mais sofisticados ou atrações de valor agregado, que seriam caros para o turista comum cenário que deve mudar se o estado de Santa Catarina decidir concentrar seus esforços na captação de recursos internacionais elevados”, disse Geoffrey Kent. Mas o retorno sobre o investimento pode se justificar em longo prazo.
Para mais informações a respeito do relatório ou uma cópia da versão final, entre em contato com Regine Doloy, Diretora de Comunicações da WTTC ou Amir Girgis, Economista da WTTC, no tel: 44 (0) 207 481 8007, ou por email: regine.doloy@wttc.org ou amir.girgis@wttc.org
Metodologia
Essa inovadora pesquisa do estado de Santa Catarina quantifica todos os aspectos da demanda do setor turístico, desde o consumo pessoal até compras empresariais, investimento de capital, despesas do governo e exportações. Essas informações são traduzidas em conceitos econômicos de produção como PIB e empregos, para comparação com outras indústrias e a economia em geral. Desta forma, são geradas informações estatísticas confiáveis para os processos decisórios na implementação
de políticas públicas ou empresariais.
O estudo, também conhecido como Conta Satélite de Turismo Simulado (Simulated Tourism Satellite Account – TSA), é baseado na estrutura de um TSA, semelhante ao sistema usado para produzir contas de renda nacional. O estudo segue os principais conceitos de Contabilidade Satélite de Turismo, divulgados na publicação de 2008, Arcabouço Metodológico Recomendado (Recommended Methodological Framework – RMF) pelas Nações Unidas.
A medida do Produto Interno Bruto Direto de Turismo da RMF é equivalente às medições Diretas da Indústria de Viagens & Turismo divulgadas pela WTTC/Oxford Economics. Baseada nessa medida direta da indústria, ou seja, levando em conta o valor adicional criado indiretamente pela cadeia de abastecimento do setor, mais investimentos e despesas coletivas de governos e exportações de não-visitantes chegamos a uma medida abrangente do impacto econômico de Viagens & Turismo, que é o PIB Econômico de Viagens & Turismo.
Para saber mais sobre a metodologia empregada pela WTTC/Oxford Economics em Santa Catarina e outros estudos disponibilizados, visite o website do WTTC:
www.wttc.org/eng/Tourism_Research/Tourism_Economic_Research