O Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis é o Serviço de Referência em Triagem Neonatal (teste do pezinho) no Estado, credenciado pelo Ministério da Saúde. Até novembro de 2013, o hospital já tratou 588 crianças com hipotireoidismo congênito, 127 com fenilcetonúria, 85 casos de anemia falciforme, 170 com fibrose cística, 165 com hiperplasia adrenal congênita, 101 crianças com deficiência de biotinidase e quatro com galactosemia. As informações são da Assessoria de Comunicação do Governo do Estado.
O Hospital Infantil também realiza aconselhamento genético aos pais com crianças que possuem alguma dessas patologias, orientando-os sobre a possibilidade de outros filhos terem a mesma doença.
A equipe de Triagem Neonatal do Hospital Infantil é composta por psicólogo, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta, fonoaudióloga e dez pediatras. Todos do corpo funcional da Secretaria de Estado da Saúde.
Teste do Pezinho em Santa Catarina
Em Santa Catarina, a triagem Neonatal é realizada em 809 locais de coleta, entre postos de saúde, maternidades e hospitais, abrangendo todo o estado. A amostra de sangue dos recém-nascidos é colhida nos municípios e enviada ao Lacen para análise. No laboratório é feita a busca ativa dos pacientes cujas amostras apresentarem resultados fora do normal. Nesse caso é solicitada uma nova amostra para repetição do teste ou, dependendo da gravidade da doença, os pacientes são encaminhados diretamente ao Hospital Infantil Joana de Gusmão para consulta com médicos especialistas.
O Teste do Pezinho tornou-se obrigatório em Santa Catarina há 27 anos, para todas as crianças nascidas nos hospitais e maternidades públicos e particulares, por meio da Lei nº 6762/SC. O Lacen passou a realizar o diagnóstico da fenilcetonúria e do hipotireoidismo congênito em 1991, atendendo inicialmente a população da Grande Florianópolis. No ano seguinte, o serviço foi gradativamente estendido aos demais municípios catarinenses. No Brasil, a Triagem Neonatal foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 1992, com uma legislação que determinou a obrigatoriedade da realização do teste do pezinho para todos os recém-nascidos.
Triagem Neonatal ajuda a combater a taxa de mortalidade infantil
Santa Catarina tem a menor taxa de mortalidade infantil do Brasil, conforme dados do IBGE.
Para cada mil crianças nascidas vivas, 9,2 menores de um ano morrem, enquanto a média nacional é de 16,7 óbitos.
O risco de um nascido vivo morrer na primeira semana de vida é classificado como taxa de mortalidade neonatal precoce, e em Santa Catarina o índice é de 5,6 mortes a cada mil recém-nascidos. A taxa de mortalidade neonatal tardia, que é o risco de um nascido vivo morrer dos sete aos 27 dias de vida, é de 2,03 para cada mil nascidos em SC. E no pós-neonatal, com crianças de até cinco anos, Santa Catarina tem uma taxa de mortalidade considerada baixa no país, de 10,61 mortes a cada mil nascidos vivos.
A Secretaria de Estado da Saúde investiu durante o ano de 2013, cerca de R$ 7 milhões no Programa de Triagem Neonatal, também conhecido como Teste do Pezinho. De janeiro a novembro, mais de 509 mil exames foram realizados em 70,9 mil bebês.
O Programa de Triagem Neonatal catarinense é considerado um dos mais avançados do país. No Estado, o Teste do Pezinho contempla sete exames em bebês recém-nascidos. Seis fazem parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde. O sétimo teste só é realizado em Santa Catarina, e faz a verificação da galactosemia para detectar doença hereditária ou erro metabólico, o que pode gerar deficiência mental e, em alguns casos, a morte.
Até 2012 o programa nacional contemplava quatro exames. A partir de 2013, o Ministério da Saúde adicionou mais dois testes, que já eram realizados pelo Governo do Estado há alguns anos. Desde 2001, Santa Catarina faz o exame de hiperplasia adrenal congênita para diagnosticar exagero na produção do hormônio testosterona e deficiência na produção de cortisol e aldosterona, o que gera perda de sal no organismo da criança podendo levar à morte. Já o exame de deficiência de biotinidase, que diagnostica uma doença metabólica que pode desencadear convulsões, falta de coordenação motora e atraso no desenvolvimento, começou a ser feito em SC a partir de 2008.
Outras doenças também são investigadas pelo Laboratório de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen) na triagem neonatal, como a fenilcetonúria (causa um comprometimento neurológico no desenvolvimento da criança), hipotireoidismo congênito (pode levar ao retardamento mental e má formação física), anemia falciforme (gera alterações em todos os órgãos e sistemas do corpo) e fibrose cística (faz com que a criança tenha uma deficiência hormonal).
A Triagem Neonatal é um exame gratuito e obrigatório, realizado em todos os recém-nascidos, a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do bebê, que deve ter entre três e cinco dias de vida. A cobertura da triagem neonatal no Estado é a melhor do Brasil, com 89% de abrangência, enquanto a média nacional é de 82%.