Uma pesquisa recente da Universidade Federal de Santa Catarina é responsável pela descoberta de três novas espécies de fungos que podem ser encontrados na região da Mata Atlântica do sul do Brasil. A pesquisa é objeto da dissertação de mestrado de Valéria Ferreira Lopes, que defendeu seu trabalho junto ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas. Além da descoberta, a dissertação representa um alerta: o de que o método utilizado para classificar os fungos pode estar escondendo uma diversidade muito maior de espécies. As informações são da Agecom.
De fato, os fungos formam um reino ainda bastante desconhecido pela Ciência. Não se sabe ainda o número de espécies que podem existir. As estimativas vão de 1,5 milhão até mais de 5 milhões. Desse total, são conhecidas apenas 100 mil. Fungos não são plantas nem animais, pois possuem características únicas, cuja principal função na natureza é fazer a decomposição de dejetos orgânicos. Podem viver em ambientes tão diversos quanto no interior de uma formiga quanto decompondo uma árvore morta.
No trabalho da aluna da UFSC, foram dois anos e três meses de pesquisa que resultou na proposição de três novas espécies. Elas receberam o nome de Phylloporia clariceae, Phylloporia elegans e Phylloporia nodostipitata. As três foram localizadas na Unidade de Conservação Ambiental Desterro (Ucad), uma área de 4,9 km² que fica no bairro João Paulo, em Florianópolis, e que faz parte da UFSC. “Um dos destaques deste trabalho é a inclusão de mais espécimes e espécies neotropicais na filogenia do gênero, o que ajuda a contar a história evolutiva do grupo, bem como amplia as informações sobre a distribuição geográfica das espécies”, avalia o orientador, Elisandro Ricardo Drechsler-Santos.