Desde que estreou o primeiro espetáculo, em 1963, no Rio de Janeiro, a atriz Margarida Baird atuou em várias atividades dentro e fora do meio artístico, mas sempre voltou ao fazer teatral. Neste sábado, 12, às 16h, no Teatro do CIC, a atriz retorna ao palco para receber o Troféu Isnard Azevedo pela contribuição dada ao teatro catarinense nesses 50 anos de atuação. A homenagem marca o encerramento do Floripa Teatro – 20º Festival Isnard Azevedo. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados no local do espetáculo. A bilheteria abrirá uma hora antes da sessão para atender ao público. As informações são da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Florianópolis.
A sessão terá ainda apresentação do espetáculo infantil Gigantes de Ar, da Cia Pia Fraus, de São Paulo, celebrando o Dia das Crianças com uma programação especial.
Completando 20 anos, o Festival Isnard Azevedo movimentou o calendário cultural da cidade durante oito dias em outubro. A edição de 2013 contou com participação de 25 grupos e coletivos teatrais de sete estados do país, que realizaram 68 apresentações em 23 espaços na Ilha e região continental.
Pelo sétimo ano, no encerramento do evento, o festival homenageia um profissional do meio teatral na Capital. Já foram contemplados com o troféu Isnard Azevedo a professora Vera Collaço, do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (2007); o iluminador Carlos Falcão (2008); a atriz Zeula Soares (2009); o ator e professor da Udesc, José Ronaldo Faleiro (2010); o ator e dramaturgo Antônio Cunha (2011); e o ator Édio Nunes (2012).
Cinco décadas de arte
Aos 68 anos, a atriz, arte-educadora, cantora, contadora de histórias e artista plástica Margarida Baird tem um currículo profissional tão extenso quanto diverso no cenário das artes, desde a estreia nos palcos há 50 anos. Trabalhou em importantes companhias de teatro, como os grupos Oficina, Arena e Opinião, no eixo Rio de Janeiro-São Paulo; atuou na antiga TV Tupi; e participou de algumas novelas na Rede Globo, entre elas, O Bofe, Fogo sobre Terra e Despedida de Casado.
Em 1994, mudou-se para Florianópolis, contratada pelo Sesi/SC para trabalhar na área teatral. Na cidade, ministrou aulas de teatro também no Sesc/SC e na Universidade do Estado de Santa Catarina, e fundou o grupo Teatro… Sim. Por que não?!, do qual foi diretora teatral.
Depois de passar uma temporada de estudos e trabalho em Paris, no período de 1994 a 1998, Margarida Baird voltou a se dedicar à televisão e ao cinema. Na TV catarinense, criou o personagem “Dona Regina”, que fez muito sucesso, divulgando o Supermercado Sesi/SC e atuou na série Histórias de Santa Catarina – O Contestado.
No cinema, a atriz participou de alguns filmes no Rio de Janeiro, com destaque para A Lira do Delírio, de Walter Lima Júnior; O Namorador, de Lenine Ottoni; e O Flagrante, de Reginaldo Farias. Em Florianópolis, integrou o elenco de Novembrada, de Eduardo Paredes; Doce de Coco, de Penna Filho; Se eu Morresse Amanhã, de Ricardo Weschenfelder; e Campeonato de Pescaria, de Luiza Lins e Marco Martins, entre outras atuações.
Margarida Baird também experimentou outras linguagens das artes. Realizou várias exposições de aquarelas e reprogravuras de forma coletiva e individual, e lançou o CDContos Sufis em que conta histórias e canta. É também autora de Contando e Aprendendo, livro organizado por Gilka Girardello; Baús e Chaves da Narração de Histórias, editado pelo Sesc/SC, em 2004. Participou ainda da coletânea de contos Onze Margens, organizada por Dennis Radünz, editada pelo Sesc/SC, em 2008, e escreveu cinco textos de teatro, dos quais quatro já foram montados.
Atualmente, a atriz dedica parte do tempo ao Círculo Artístico Teodora, espaço cultural administrado em conjunto com o marido, o ator e diretor José Ronaldo Faleiro. Funcionando na própria residência do casal, no Campeche, o Círculo Artístico oferece ao público intensa programação cultural.
O espaço integrou a estrutura do Floripa Teatro 2013, com apresentação gratuita do espetáculo Urano quer Mudar, onde ela contracenou com o esposo, José Faleiro. Ao saber da indicação ao troféu Isnard Azevedo, a atriz ficou emocionada. “É um prazer imenso receber o reconhecimento pelo meu trabalho. Um prêmio como este me deixa muito honrada e bastante feliz”, comentou Margarida Baird.