A Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) anunciou que, para a próxima temporada de verão, o Parque do Rio Vermelho, em Florianópolis, irá oferecer camping, trilha ecológica, nova estrutura para o Centro de Triagem de Animais Silvestres e eventos na área verde. A ideia é tornar o parque referência em turismo ecológico na cidade.
O camping, fechado pela Fatma na temporada 2011-2012, será reaberto até o fim deste ano, segundo o presidente da fundação, Gean Loureiro. De acordo com ele, o órgão ambiental não tem estrutura para cuidar desse tipo de atividade, mas pode conceder autorização para outra entidade assumir. E, dessa forma, turistas e moradores que vinham reivindicando a reabertura da área poderão voltar a ter um contato mais próximo com a natureza.
A trilha ecológica do parque terá cerca de 1 km de extensão. A nova trilha será recheada de atrações ao longo do caminho, como apresentações teatrais, além da própria fauna e flora do parque. De acordo com Gean, será uma espécie de “mini zoológico”.
Já a responsabilidade pelos animais silvestres está passando por uma transição do Ibama para a Fatma. Com isso, a fundação começa a criar uma grande estrutura para melhor atender os bichos de todo o estado.
Atualmente, só há um Centro de Atendimento aos Animais Silvestres público em Santa Catarina, localizado no Parque do Rio Vermelho, com uma parceria da Fatma e Polícia Militar Ambiental. A ideia é aumentar a estrutura existente e montar outras espalhadas pelo estado.
O parque
O Parque Estadual do Rio Vermelho (PAERVE) fica localizado ao Leste da Ilha de Santa Catarina, compreendendo uma área de 1.532 hectares. A região do PAERVE abriga em seu subsolo o aqüífero Ingleses-Rio Vermelho, responsável pelo abastecimento de água do norte da Ilha.
Em pesquisa recente realizada no parque foram registradas 169 espécies vegetais nativas, pertencentes a três tipos de restinga – herbácea (66 espécies), arbustiva (14 espécies) e arbórea (100 espécies). Há uma espécie de planta encontrada na área do PAERVE que foi descoberta em 1964 e até hoje não foi encontrada em nenhum outro lugar do mundo – trata-se da Mimosa catharinensis Burkart, um arbusto trepador com presença de espinhos.
No parque foi registrada a ocorrência de 106 espécies de aves silvestres e 15 espécies de répteis, sendo um deles o lagartinho-da-praia (Liolaemus occipitalis), uma espécie rara, ameaçada de extinção que vive somente nas dunas do litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.