Cinco equipes da Prefeitura de Florianópolis vistoriaram ontem (23/11) a região do Maciço do Morro da Cruz para avaliar a situação de algumas residências em situação de risco e decidir se as famílias que moram no local serão removidas para abrigos. O mapeamento das áreas para visita técnica foi definido no final da tarde, em reunião coordenada pelo prefeito municipal em exercício, Bita Pereira, e o vice-prefeito eleito da Capital, João Batista Nunes, com secretários municipais e lideranças das 16 comunidades que integram o maciço. Além disso, devido às chuvas, as aulas estão suspensas nesta segunda-feira (24/11) em toda a rede municipal, incluindo creches e núcleos de educação infantil, bem como nas escolas estaduais situadas em Florianópolis.
Ao todo, cerca de sete mil famílias vivem nas comunidades do maciço. A transferência de algumas delas para abrigos vai depender da avaliação técnica e será obrigatória, seguindo determinação da Prefeitura Municipal, amparada pelo decreto que coloca o município em situação de emergência. “Estamos com equipes nas ruas e queremos resolver todos os problemas, mas a prioridade neste momento é preservar a vida das pessoas e evitar tragédias”, disse o prefeito em exercício, Bita Pereira, que coordena a força-tarefa municipal criada neste domingo.
As comunidades mais afetadas na região do Maciço do Morro da Cruz, segundo relato dos líderes comunitários, são o Alto da Caeira e o Morro da Penitenciária, que contabilizam juntos 12 casas em situação de risco de desmoronamento. Também há residências sob ameaça de desabamento nas comunidades dos morros Santa Vitória, Queimada, Serrinha, Mariquinha, Horácio e Tico-Tico.
No Morro do Mocotó, onde a Prefeitura de Florianópolis concluiu cerca de 70% das obras de infra-estrutura previstas para o local, foi registrado apenas o caso de uma pedra que ameaça cair sobre uma residência. “A situação é preocupante, mas bem menos que em outra época. Onde tem obra realizada no maciço, os problemas praticamente inexistem”, diz o secretário em exercício da Habitação, Salomão Mattos Sobrinho, que é também Secretário Regional do Continente.
Força-tarefa
O grupo especial de trabalho está centralizado na sede da Defesa Civil Municipal, à Rua Deodoro. A força-tarefa, responsável pela coordenação das obras e ações emergenciais, é formada por representantes das secretarias de Obras, Comcap, Defesa do Cidadão / Defesa Civil, Assistência Social e Saúde. A coordenação estratégica dos trabalhos está sob responsabilidade do prefeito em exercício, Rubens Carlos Bita Pereira, e do vice-prefeito eleito, João Batista Nunes, enquanto que a coordenação operacional é do Secretário de Defesa do Cidadão, Ildo Rosa.
Para atender ocorrências e pequenas obras foram convocados operadores de máquinas e motoristas das secretarias envolvidas, além de assistentes sociais e engenheiros, que vão ficar de prontidão, dando suporte à equipe da Defesa Civil. Até o momento, já foram registradas cerca de 300 ocorrências na cidade e 80 pessoas estão abrigadas provisoriamente em alojamentos montados na escola Básica Osmar Cunha, no Norte da Ilha, e no Conselho Municipal do Rio Tavares, na região Sul.
Equipes da Secretaria de Assistência Social e da Vigilância Sanitária estão visitando os alojamentos para atendimento às famílias e fornecimento de alimentos, colchões, e outros produtos, além de verificação das condições de saúde dos abrigados, principalmente das crianças. Um outro grupo de trabalho deverá iniciar o desassoreamento de canais e a limpeza de valas para facilitar o escoamento da água, especialmente nas comunidades da região do Rio Tavares, Rio Tomé, Lagoa da Chica, Rio Papaquara e nas imediações da SC 405.