Programas de fomento, investimentos e capacitação de mão de obra do setor tecnológico de Santa Catarina executados pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE) foram apresentados na última quinta-feira, dia 3 de fevereiro, em Brasília, para representantes do governo federal. A entidade, representada pelo presidente Rui Luiz Gonçalves e pela diretora executiva Jamile Sabatini Marques, foi convidada pelo gabinete da Presidência da República após ter remetido a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, correspondência colocando a entidade à disposição para apresentar iniciativas desenvolvidas em Santa Catarina.
Uma audiência com a presidente Dilma para receber a comitiva da ACATE chegou a ser agendada, porém teve que desmarcada por contra de outros compromissos de última hora. O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloisio Mercadante, não pode participar das reuniões, porém nas próximas semanas há a expectativa de sua ida a Florianópolis para conhecer o setor.
A presidência agendou reunião no Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) para que a ACATE apresentasse os projetos, bem como demandas para o desenvolvimento das empresas catarinenses de tecnologia. A diretoria foi recepcionada pelo secretário executivo substituto do MCT, Antônio Ibanez Ruiz. O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES), o catarinense Gérson Schmitt, também acompanhou as reuniões.
No MCT, entre as pautas demandadas, estiveram recursos para programas de capacitação, ampliação de linhas de financiamento para inovação, regulamentação do setor e programas estruturantes para Santa Catarina.
Ampliação do Juro Zero
O programa de financiamento Juro Zero, desenvolvido pela FINEP, órgão de fomento ligado ao MCT, mereceu destaque na reunião com o MCT. Uma reunião na FINEP, no Rio de Janeiro, será agendada para as próximas semanas. Em 2006, a ACATE tornou-se gestora exclusiva em Santa Catarina. De 2007 a 2009, o Estado foi responsável por 31 dos 62 projetos aprovados no Brasil, num montante total de R$ 17 milhões em financiamentos. Uma pesquisa apontou que o faturamento médio das empresas demandantes de recursos aumento em média 50% no período de execução dos projetos, enquanto que a exportação de produtos e serviços teve um crescimento de 101%.
A ACATE acredita que o crescimento das empresas, número de empregos gerados, arrecadação de impostos são argumentos para a reedição do programa no Estado. Já há a sinalização de nova contrapartida do governo estadual. A entidade propôs ao MCT que o programa tenha um orçamento anual de R$ 20 milhões durante os próximos 4 anos, a fim de atender a demanda por projetos inovadores das empresas catarinenses. Como forma de complementar o investimento, a ACATE sugere o destino, via CNPq, de bolsas para mestres e doutores nas empresas proponentes de projetos – ampliando o acesso de profissionais de alta qualificação no desenvolvimento dos produtos e serviços.
MDIC na agenda
A diretoria da ACATE aproveitou a ida à capital federal para marcar audiência no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a fim de buscar projetos e recursos para o desenvolvimento de programas na área de capacitação profissional. Foram apresentados números referentes ao mapeamento de recursos humanos em tecnologia que a entidade está desenvolvendo com o apoio da Prefeitura de Florianópolis. Só na capital catarinense, 112 empresas estão com mais de 500 vagas abertas – estima-se que este número possa ser de 2 mil vagas, diante do universo de 550 empresas hoje instaladas em Florianópolis.