O conselho internacional do Fórum Mundial de Educação (FME), reunido dia 12 de dezembro na capital da Galícia, aprovou por unanimidade a escolha de Florianópolis como sede do 2º Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica. O encontro está previsto para novembro de 2011. Com a escolha da capital catarinense, será possível instalar o comitê organizador, formado por entidades e instituições parceiras. Elas serão responsáveis pelo encontro, ao lado do Ministério da Educação e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. O conselho também definiu as atividades que apresentará no FME, que ocorrerá simultaneamente ao Fórum Social Mundial, de 6 a 11 de fevereiro de 2011, em Dacar, Senegal. Uma delas será o resgate da memória das cartas-síntese dos fóruns já ocorridos, com atualização da agenda para o próximo período. Outra, a realização de debate sobre o momento da educação mundial, com destaque para a África.
O conselho internacional do FME reuniu-se durante o Fórum Mundial de Educação Temático (FMEt), em Santiago de Compostela. No encontro, que termina nesta segunda-feira, 13, foi debatido o tema Educação, Pesquisa e Cultura de Paz, com a participação de representantes do Brasil, Uruguai, Espanha e Colômbia. Na abertura oficial, na sexta-feira, 10, o ex-presidente e ex-primeiro ministro de Portugal Mário Soares defendeu a educação para a paz como disciplina curricular obrigatória em todos os países civilizados. Segundo ele, o assunto deve ser prioritário na agenda das nações, de forma a contribuir para regular “a globalização desenfreada”.
O presidente da Fundação Cultura de Paz, o espanhol Federico Mayor Zaragoza, afirmou que a sociedade civil deve apoiar-se nas tecnologias da comunicação para dizer basta à violência. “Os cidadãos podem ser fontes de informação, ajudando os jornalistas a escrever o mundo tal como tem de ser”, disse.
O representante do Ministério da Educação brasileiro, Alexandre Vidor, destacou o papel da rede federal brasileira de educação profissional na construção de uma cultura da paz. “A revolução que está em curso no Brasil nessa área dá o protagonismo ao indivíduo”, disse. “Devemos, sempre, reafirmar que a formação cidadã deve preceder a capacitação para o mercado de trabalho.”
Realizado pela primeira vez em 2001, em Porto Alegre, o FME reúne dirigentes e organizações de todos os continentes para articular e democratizar conhecimentos e experiências. A proposta do fórum é a construção coletiva de uma plataforma internacional de defesa da educação pública, gratuita, laica, obrigatória e de qualidade e que promova a cultura de paz.