spot_imgspot_img
Florianópolis, 27 dezembro 2024
spot_imgspot_img

Encontro Luso-Brasileiro de Contabilidade reafirma união de Brasil e Portugal

EsportesEncontro Luso-Brasileiro de Contabilidade reafirma união de Brasil e Portugal
spot_img

Florianópolis se prepara para brilhar no Réveillon 2025

Contagem regressiva, 15 minutos de show de fogos, novo...

9 restaurantes imperdíveis para o verão na Grande Florianópolis

Confira os destinos turísticos para quem quer provar o...

Como Sales Design e SalesTech estão transformando as vendas corporativas

Unindo estratégia de mercado e inteligência artificial na área...
spot_img
spot_img

Compartilhe

O I Encontro Luso-Brasileiro de Contabilidade foi aberto, nesta quarta-feira, dia 20, em solenidade que contou com a presença de cerca de 1,5 mil participantes, entre brasileiros e portugueses. Até sexta-feira, experiências em Ciências Contábeis dos dois países serão colocadas à reflexão e temas atuais da Contabilidade vão ser discutidos por especialistas, profissionais e estudantes em painéis, palestras e talk show.

Em seu discurso, o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Domingues Carneiro, destacou as profundas mudanças que vêm ocorrendo na profissão contábil brasileira nos últimos anos, citando a convergência das normas ao padrão internacional (IFRS), a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e a implementação da jurisdição brasileira da Extensible Business Reporting Language (XBRL). Ele também abordou a edição da Lei no 12.249/10, publicada em junho deste ano, que instituiu o Exame de Suficiência para o exercício da profissão e garantiu o poder normatizador do (CFC), bem como várias outras conquistas para a classe.

Juarez Carneiro abordou também as ações realizadas entre o CFC e a OTOC, a partir de 2006, que resultaram na implantação do Projeto de Transferência de Conhecimento da Profissão Contábil para os Países de Língua Portuguesa e, este ano, na realização do Encontro Luso-Brasileiro.

Já em seu discurso, o presidente do CRC de Santa Catarina, Sergio Faraco, manifestou a alegria do Estado catarinense por sediar um evento do porte do Luso-Brasileiro.

Ele também ressaltou que não havia um lugar melhor do que Florianópolis, para dar início a série de eventos que irão, cada vez mais estreitar os laços entre Brasil, Portugal e os demais países da língua português. “A colonização açoriana deixou um traço indelével em todo o litoral catarinense, mas principalmente na Capital, fazendo com que ela se tornasse destaque, nacionalmente não apenas por suas belezas naturais, mas pela qualidade de vida e hospitalidade e simpatia de seu povo.

O representante da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas de Portugal, Jaime dos Santos, observou que o intercâmbio entre os dois países proporcionará vantagens importantes aos contadores portugueses, que hoje tem um papel fundamental na crise econômica e financeira por que passa o seu país, bem como outras nações européias “A situação exige um nível elevado de conhecimento dos contadores, para que eles tenham condições de assessorar as empresas de pequeno e médio portes, e o próprio Estado, na superação da crise”, observou. “Nesse sentido, eventos conjuntos, como o Luso-Brasileiro, são extremamente importantes”, completou Jaime dos Santos.

Homenagem – Na solenidade de abertura, os organizadores do evento – Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRCSC), Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas de Portugal (OTOC), Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC) e Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon) – prestaram uma homenagem a dois expoentes da área acadêmica contábil do Brasil e de Portugal, respectivamente, Antônio Lopes de Sá e Rogério Fernandes Ferreira.

Ilustres professores, reconhecidos em seus países e prestigiados nas demais nações de língua portuguesa pela grande contribuição que deram às Ciências Contábeis, ambos morreram neste ano: Antônio Lopes de Sá faleceu dia 7 de junho, aos 83 anos, e Rogério Fernandes Ferreira, dia 12 de julho, aos 81 anos.

Além dos presidentes do CFC e do CRCSC e do representante da OTOC, compuseram a mesa de autoridades, a presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon), Maria Clara Cavalcante Bugarim; da vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCSC, Marisa Luciana Schwabe de Morais; o contador-geral do Estado de Santa Catarina, Wanderlei Pereira das Neves, representando o governador do Estado, Leonel Pavan; o deputado estadual Renato Hinnig, representando a Assembléia Legislativa do Estado, e o presidente do Sescon/SC, Elias Nicoletti Barth.

Chalita dá uma aula de ética

A ética vai se construindo na percepção de que todas as pessoas estão em construção. Isso é o que nos permite enxergar verdadeiramente o outro, respeitar os seus limites e tratar com respeito e cuidado tanto quem nos é mais próximo como aqueles que encontramos ocasionalmente. Com essa mensagem o educador Gabriel Chalita, escritor de mais de 50 livros, conseguiu conquistar e emocionar a platéia que lotou o auditório do Centrosul, em Florianópolis, na abertura do I Encontro Luso-Brasileiro de Contabilidade, nesta quarta-feira à noite.

Para Chalita, é a ética que nos ensina a trabalhar o conceito de dúvida, ou seja, a ser capaz de questionar e procurar novas respostas. “Um contador que duvida não vai se revestir da arrogância”, disse, destacando o papel e a função do profissional da contabilidade. “É uma profissão extremamente humanista, pois desde o início da civilização cabe ao contador cuidar das pessoas, proteger aquilo que elas possuem, o seu patrimônio”. Durante toda a sua palestra Gabriel Chalita ressaltou a necessidade de se ter olhos para “ver” o outro, de cooperar e de preservar sentimentos: “O profissional pode e deve lutar por aquilo que acredita, mas com elegância, sem destruir quem, como ele, está no mercado”, disse.

Citando a escritora Clarisse Lispector e o poeta português Fernando Pessoa, o educador reforçou a importância do “amar” e de que “tudo vale a pena, se a alma não é pequena”. “Assim como Clarice dizia que “se deixar de amar eu morro, antes de morrer”, também Pessoa acreditava e defendia o “ser” inteiro, que não tem uma alma pequena”, observou. Para os participantes do Luso-Brasileiro, Chalita deixou mais um recado: ética e educação estão intimamente ligadas. “A construção de uma sociedade ética depende da educação.”