spot_imgspot_img
Florianópolis, 17 março 2025
spot_imgspot_img

Projeto da Univali inicia meninas no universo da programação

TecnologiaProjeto da Univali inicia meninas no universo da programação
spot_img
spot_img
spot_img

Compartilhe

Mais de 40 alunas da rede pública de São José serão capacitadas

Uma turma de meninas, matriculadas na rede municipal de ensino de São José (SC), terá a oportunidade de aprender programação de forma gratuita. Eles confiam uma capacitação por meio do projeto “Code Queens – Aprendendo a programar para o futuro”. A iniciativa, promovida pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), incentiva o acesso de mulheres no mercado de tecnologia da informação (TI). A primeira aula acontece nesta segunda, 17, no Campus Kobrasol.

Quinze alunas irão integrar a primeira turma do Projeto, que pretende beneficiar 45 estudantes nos próximos três anos. Além da formação gratuita, as futuras programadoras também receberão uma ajuda de custo para cultivar a permanência no curso. O projeto é financiado por recursos do Governo Federal, via Edital CNPq/MCTI/Mulheres nº 31/2023 Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação , aprovado no fim do ano passado.

A coordenadora do Projeto, professora Anita Maria da Rocha Fernandes, explica que a iniciativa é realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São José (SC), responsável pela seleção dos estudantes, todos matriculados no 8º e 9º ano do ensino fundamental. Preferencialmente, as vagas são destinadas a meninas negras, indígenas e em situação de vulnerabilidade social.

Além do apoio da Secretaria de Educação, o setor privado também é aliado do Projeto. “Algumas empresas da área de TI vão oferecer palestras, workshops e farão um acompanhamento das turmas. O objetivo é identificar talentos que possam ser absorvidos por menores aprendizes no futuro.”, adianta Fernandes.

Como vai funcionar

As aulas serão realizadas, duas vezes por semana, no Campus Kobrasol. O conteúdo será ministrado por professores e acadêmicos do curso de Ciência da Computação da Univali. Além de receber capacitação gratuita na área de programação, as meninas também aprenderão sobre temas transversais, tais como direitos humanos, ética e legislação, empreendedorismo e inovação, saúde na era digital, soft skills, gerenciamento de carreira e organização do tempo. A capacitação tem duração de nove meses e garante certificado aos participantes que concluírem o curso.

Mulheres são minoria na área de TI

Coordenadora no curso de Ciência da Computação da Univali, Campus Kobrasol, e responsável pelo projeto “Code Queens – Aprendendo a programar para o futuro” , Fernandes destaca que Santa Catarina ocupa a quarta posição no país, em número de colaboradores no setor de TI – atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – sendo a Grande Florianópolis, a região que mais emprega neste setor.

No entanto, segundo o docente, este é um mercado no qual as oportunidades de trabalho nas áreas técnicas são majoritariamente ocupadas pelo público masculino.

“Embora na região da Grande Florianópolis 48,3% das vagas nas empresas de TI são ocupadas por mulheres, estudos mostram que 85% delas atuam em áreas de serviços gerais, comercial, recursos humanos, marketing, contabilidade e administração. Nós focamos na área de desenvolvimento de sistemas para web, justamente para contribuir com a desmistificação da área de TI para meninas aqui na região, que também apresenta demanda de trabalho avançado neste setor”, justifica.

Para um especialista, a participação reduzida feminina no setor de TI é um desafio a ser superado em todo o país. “Pesquisas mostram que no Brasil apenas 20% dos profissionais técnicos do segmento são do público feminino. Essa disparidade se torna ainda mais impactante se considerarmos que as mulheres abrangem 52,2% da população brasileira.”, observa.

Fernandes afirma que a falta de interesse do público feminino pela área de TI tem diversas origens. A começar pelo machismo estrutural nas famílias, que incentivam as meninas a buscarem mais carreiras em áreas como saúde, bem-estar e educação, passando pelo desconhecimento de figuras femininas de referência na área, até o machismo persistente nos ambientes cooperativos.

Mais informações: com a professora Anita Fernandes – (48) 3211-2033/ anita.fernandes@univali.br .

———-