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Florianópolis, 4 fevereiro 2025

Prefeitura de Florianópolis utiliza IA para identificar danos após alagamentos

TecnologiaPrefeitura de Florianópolis utiliza IA para identificar danos após alagamentos
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Mapeamento da capital catarinense será realizado gratuitamente pela Mapzer, que já atuou no levantamento de dados pós-enchentes no RS

A Prefeitura de Florianópolis iniciou no último sábado (19) a avaliação dos danos causados pelas chuvas nos dois dias anteriores. O levantamento das ruas foi acelerado esta semana em parceria com a Mapzer, empresa especializada no monitoramento urbano, que disponibiliza gratuitamente sua tecnologia inteligente para mapear os impactos do evento extremo registrado na capital catarinense.

A Mapzer utiliza veículos equipados com sistemas avançados de visão computacional, inteligência artificial generativa e conectividade para realizar uma varredura nas ruas e identificar até 32 tipos de irregularidades, incluindo buracos, deslizamentos e acúmulo de lixo. O objetivo é apoiar o poder público na mobilização de recursos e equipes para restaurar rapidamente as áreas mais impactadas pelas chuvas.

Essa tecnologia já foi aplicada em situações semelhantes, como nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024. Na ocasião, as cidades de Porto Alegre, Lajeado e São Leopoldo foram mapeadas gratuitamente pela empresa. Em apenas dois meses, mais de 140 mil ocorrências foram registradas, sendo o descarte irregular de lixo a mais frequente, com mais de 18 mil casos.

O gerente comercial da Mapzer, Pierre Damasio, conta que a tecnologia implementada nos carros aprende continuamente enquanto coleta os dados. 

“Durante o trajeto, os dados são processados pela nossa tecnologia e a inteligência artificial identifica padrões e irregularidades, proporcionando uma avaliação precisa das condições das vias. Isso permite que a gestão pública tome decisões ágeis e ofereça respostas mais eficazes nas áreas mais afetadas”, afirma.

Além do monitoramento específico desse evento extremo, o secretário municipal de Infraestrutura e Manutenção de Florianópolis, Rafael Hahne, conta que a ideia é usar o recurso com base em inteligência artificial para diminuir o tempo de resposta dos serviços de manutenção urbana. Com a possibilidade de fazer varreduras periódicas da cidade, consegue-se antecipar os serviços de manutenção e mais rapidamente deixar a estrutura bem resolvida.

“É uma solução que nos parece muito útil, porque a tecnologia acelera o levantamento. Assim, conseguimos ter uma mancha de informações e usar melhor as equipes de engenharia para ir aos pontos mais críticos, necessários e com maior urgência. Além de fornecer um levantamento geral, também nos facilitará definir prioridades de atendimento”, ressalta o secretário. 

De acordo com a Secretaria, por ocasião do último evento climático extremo, foi necessário montar 10 equipes de engenharia e Defesa Civil para apurar levantamentos pontuais.

A Defesa Civil informou em seu último relatório que 118 mm de chuva foram registrados em 24 horas, resultando em novos deslizamentos de terra, especialmente no norte da ilha. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a previsão é de continuidade das tempestades, com acumulados de até 50 mm, além de altas temperaturas. Com isso, o risco de alagamentos e outros danos permanece elevado.