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Florianópolis, 18 novembro 2024

Florianópolis volta a ter segunda maior inflação anual das capitais, mostra Udesc Esag

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Custos com habitação foram os que mais subiram em 12 meses. Alimentação esteve entre os grupos de preços com maiores  aumentos

Considerando a inflação acumulada nos últimos 12 meses, Florianópolis voltou em agosto a ter o segundo maior índice entre 17 capitais – no mês anterior, estava em terceiro lugar. A inflação acumulada entre setembro de 2023 e agosto de 2024 na capital catarinense ficou em 5,08%, atrás apenas de Belo Horizonte (MG), com 5,89%.

Quando se considera apenas a variação dos preços ao longo de 2024, a inflação de Florianópolis também subiu do quarto para o terceiro lugar, com 3,76%. Por esse critério, fica atrás da maranhense São Luís (4,18%) e da mineira Belo Horizonte (4,04%).

Mesmo com a inflação em queda em Florianópolis (agosto teve o menor índice do ano na cidade, com 0,32%), a alta de preços ainda destou do padão das outras 16 cidades pesquisadas, todas com índices menores no mês – e metade delas com deflação.

Índice

A inflação em Florianópolis é medida pelo Índice de Custo de Vida (ICV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). O ICV é calculado mensalmente pelo Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) da Udesc, com apoio da Fundação Esag (Fesag).

Nas demais cidades, os preços são aferidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para compor o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Como o ICV e o IPCA são calculados basicamente com a mesma metodologia, os dados são comparáveis.

Inflação acumulada em 12 meses:

1Belo Horizonte (MG)5,89%
2Florianópolis (SC)*5,08%
São Paulo (SP)4,61%
4Brasília (DF)4,54%
5São Luís (MA)4,50%
6Campo Grande (MS)4,34%
7Rio de Janeiro (RJ)4,25%
 BRASIL4,24%
Fortaleza (CE)4,23%
9Grande Vitória (ES)4,15%
10Belém (PA)3,87%
11Goiânia (GO)3,84%
12Rio Branco (AC)3,83%
13Aracaju (SE)3,76%
14Salvador (BA)3,69%
15Porto Alegre (RS)3,47%
16 Curitiba (PR)2,95%
17 Recife (PE)2,76%

*Inflação medida pelo ICV/Udesc Esag, com a mesma metodologia do IPCA/IBGE, usado para as demais capitais e para o índice nacional.

O índice acumulado dos últimos 12 meses oferece melhor comparação das variações de preços entre as cidades do que se fosse usada a inflação mensal. O dado de 12 meses evita distorções provocadas por aumentos que acontecem apenas em determinadas épocas do ano, mas não ao mesmo tempo em todas as regiões, como as tarifas de energia, por exemplo.

Comparação

Com os índices negativos ou muito baixos em agosto em quase todas as capitais, a alta de preços em agosto ampliou a diferença entre a inflação anual de Florianópolis e o IPCA nacional. Com o recuo do IPCA de 12 meses em agosto (de 4,50% para 4,24%), essa diferença subiu de 0,73 para 0,84 pontos percentuais.

Novamente, a inflação local ficou acima de grandes cidades como São Paulo (4,61%), Brasília (4,54%) e Rio de Janeiro (4,25%). E bem mais alto que as outras duas capitais da Região Sul. Curitiba (PR) teve o segundo menor índice da lista (2,95%) e Porto Alegre (RS), o terceiro menor (3,47%). Ambas registram inflação mais alta apenas que Recife (PE), onde os preços subiram 2,76% em 12 meses.

Preços locais

Em Florianópolis, os preços ligados à habitação foram os que mais puxaram a inflação local para cima, subindo 7,67% em 12 meses. Pesaram nesse caso as despesas com reparos de imóveis, especialmente a mão de obra (31,8%), e materiais como azulejos e pisos (26,6%).

Em seguida vêm a alimentação (6,51%), despesas pessoais (6,27%) e educação (5,54%). Somados à habitação, esses grupos juntos são responsáveis em média, todos os meses, por pouco mais de 40% dos gastos das famílias, segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE.

Entre os alimentos, dois produtos praticamente dobraram de preço no período. A batata inglesa deve aumento de 100% e a cebola de cabeça, de 92,6%. Entre as frutas, o destaque é o morango (48,1%), terceiro maior aumento do grupo Alimentação e Bebidas.

Os demais grupos pesquisados tiveram aumentos nos últimos 12 meses que ficaram abaixo do índice geral de 5,08%. É o caso dos transportes (4,39%), artigos de residência (3,88%), saúde e cuidados pessoais (3,78%) e serviços de comunicação (2,31%). Já os artigos de vestuário ficaram mais baratos nos últimos 12 meses (-2,26%).

Índice de Custo de Vida

O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. O índice é publicado regularmente, todos os meses, desde 1968.

Saiba mais em udesc.br/esag/custodevida.