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Florianópolis, 23 novembro 2024

Florianópolis é cenário de “Amadeu e a Madeira”, novo filme de Luiz Fernando Machado, diretor de “Albertina”, premiado em diversos festivais de cinema Internacionais

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A nova produção da Boa Nova Films trata-se de uma comédia de ação, cujo enredo principal é uma guerra entre facções. Cenas de tiroteios e explosões ao ar livre terão a Ponte Hercílio Luz, a avenida Beira-mar Norte, a Ponta do Coral, a avenida Hercílio Luz e o Largo da Catedral entre as locações.

O longa-metragem “Amadeu e a Madeira” é uma comédia de ação baseada no livro homônimo de autoria do catarinense Luiz Fernando F. Machado, que também é o diretor do filme. A sua última obra cinematográfica (disponível na Amazon Prime) “Albertina” foi premiada em vários festivais ao redor do mundo como Islantilla Cine Fórum, Festival Internacional de Cinema Bajo la Luna na Espanha e Festival Mundial de Cinema de Cannes na França. A trama do filme, que está sendo rodado neste início de 2024, mostra a guerra entre duas facções catarinenses, a Delegacia de Combate às Facções, além de uma disputa internacional que brinca com a “Guerra Fria”.

Tudo isso somado à regionalidade catarinense, projetada na musicalidade, no sotaque, nos costumes, cenários e no futebol, um enredo que reflete uma América Latina em ebulição. O projeto possui incentivo do Governo do Estado de Santa Catarina, da Fundação Catarinense de Cultura e o Prêmio Catarinense de Cinema 2022.

Produção e efeitos especiais

Este filme é produzido pela Companhia Boanova Cinema Regional Ltda®, que

trabalha com sua metodologia “A Estética da Sopa de Pedra”, um cinema de práxis popular que se caracteriza pela integração e formação de pessoas da comunidade na realização de obras. A mesma metodologia foi aplicada em “Albertina”, onde se integraram em torno de 3 mil pessoas da Região da AMUREL (Associação dos Municípios da Região de Laguna).

O longa-metragem de ação conta com equipe especializada de efeitos especiais Carrasco Team de São Paulo, e serão utilizadas cerca de 50 réplicas de armas, entre pistolas, fuzis, granadas e até bazuca. A maquiadora de efeitos, Daniela Gonc, utilizará aproximadamente 100 litros de sangue cenográfico no filme. A comédia de ação possui um estilo ousado cujas referências variam entre o clássico americano Cheech & Chong (dupla de comédia) até jogos, trapaças e dois canos fumegantes.

Para o diretor Luiz Fernando, Amadeu e a Madeira “é um filme cujo gênero é muito raro na América Latina. Uma comédia adulta que irá projetar as particularidades de nossa identidade catarinense, que será apreciada em todos os cantos do Globo e está longe de ser mais um filme careta”, ele define. Entre os cenários de destaque do filme de ação, cuja trama da guerra entre as facções está repleta de perseguições, tiroteios e explosões ao ar livre estão a Ponte Hercílio Luz, a avenida Beira-mar Norte, a Ponta do Coral, a avenida Hercílio Luz, o Largo da Catedral, entre outras locações.

Visão do Diretor

“Amadeu e a Madeira” bebe na fonte das aventuras de ação do cinema brasileiro, num tom contemporâneo de retrato da geopolítica mundial e da guerra às drogas. A visão do diretor Luiz Fernando é modulada por meio da “Estética Sopa de Pedra”, manifesto cultural cuja execução do produto audiovisual é realizado junto os diversos setores da comunidade,

principalmente através da integração popular nas cenas de multidão, usando o meio de produção como linguagem.

O projeto de longa-metragem Amadeu e a Madeira mergulha a fundo na comédia de ação em contexto regional. Com inspiração no Anastacio do célebre “O Homem do Sputnik”, de Carlos Manga (1959), o personagem central Amadeu é um jovem que busca por afirmação na capital catarinense, e que se vê no centro de uma conspiração internacional que brinca com o imaginário da Guerra Fria. As referências de comédia de ação popular entram em sintonia com as ideias eternizadas pelo cineasta catarinense Rogério Sganzerla, que defendia um cinema popular, que dialogasse com o grande público, sem deixar de investir na estética.

Luiz Fernando cita dois filmes dos “Trapalhões”: “Atrapalhando a Suate” (1983) e “Os Trapalhões e o Mágico de Oroz” (1984), ambos dirigidos por Dedé Santana. Em “Atrapalhando a Suate” a estética dos policiais americanos “blaxpoitation” foi incorporada nas ações, bebendo na fonte dos ritmos de aventura com Roberto Carlos.

Narrativas sobrepostas

A ideia do projeto é composta por linhas narrativas sobrepostas, de ações

paralelas sob tensão, num contexto social bem brasileiro, adicionado de personagens que dão um tom cômico de alívio e outros até violentos, representando a América Latina em ebulição.

A forma da linguagem narrativa é do da “gradação” no qual vão se revelando segredos e tramóias, por meio de personagens “Camaleão”, teasers e montagens paralelas e dão ritmo e naturalidade à montagem. A fotografia em movimento inspirada no seriado Fauda (Lior Raz e Avi Issacharoff, 2015) encorpa a tensão, a trilha sonora original se utiliza de “samples” de MPB, Rap nacional e de bandas catarinenses, num diálogo de regionalismo. A

visão do Diretor, portanto, é fruto do extenso trabalho aplicado da “Estética Sopa de Pedra”, usado no longa-metragem “Albertina” (2020), realizado com pouquíssima verba, e é o produto audiovisual catarinense mais premiado no mundo, de todos os tempos, e disponível em diversos players nacionais e internacionais. O departamento de Arte do filme vai investir na equipe e nos efeitos especiais de ação, tornando este um projeto atraente como produto e com linguagem voltada ao público jovem e adulto.