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Florianópolis, 22 novembro 2024

FloripAmanhã e AMAB propõem restauração de Casarão no Campeche

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Nesta semana, Florianópolis recebe as sobrinhas-netas do autor de ‘O pequeno príncipe’. A vinda das descendentes de Antoine de Saint-Exupéry tem como objetivo retomar o processo de restauração do Casarão Aéropostale, uma ideia que não sai do papel há mais de 15 anos. A FloripAmanhã foi convidada pela AMAB – Associação em Memória da Aéropostale no Brasil para ser a portadora desse projeto

Roseline de Giraud d’Agay Sartre e Sophie de Giraud d’Agay Halleux, sobrinhas-netas de Antoine de Saint-Exupéry, estão no Brasil para uma série de comemorações à obra ‘O pequeno príncipe’, que está completando 80 anos em 2023. As netas de Gabrielle de Saint-Exupéry, única irmã de Antoine de Saint-Exupéry a deixar descendentes, estão percorrendo locais importantes da passagem do autor, conhecido e admirado em todo o mundo. Em Florianópolis, elas terão um papel diferenciado, que é encorajar o processo de restauração do Casarão Aéropostale como um memorial, um espaço cultural de exposição permanente. “Esse é um projeto que se arrasta há quatro gestões municipais e até hoje não saiu do papel”, explica Mônica Cristina Corrêa, pesquisadora e presidente da AMAB – Associação em Memória da Aéropostale no Brasil.

O casarão fechado e com aparência de abandono na avenida Pequeno Príncipe, Campeche, no Sul da Ilha, é a única construção com acesso ao público que resgata a memória do serviço aeropostal francês no Brasil. A linha operou, de 1927 a 1931, da Europa até a América Latina passando por 26 cidades, sendo em 11 bases brasileiras. Dessas, a de Florianópolis está entre as mais bem conservadas do mundo. A comunidade foi palco de várias aventuras dos aviadores da Companhia entre as décadas de 1920 e 1930, guardando traços da inusitada convivência dos pilotos franceses com pescadores ilhéus. O próprio Saint-Exupéry menciona Florianópolis no livro “Vôo Noturno” (1931). Ele, que foi o mais célebre dos pilotos, ficou conhecido pelos pescadores como “Zeperri” – devido à dificuldade que os moradores, descendentes de açorianos, tinham de pronunciar o sobrenome do francês.

A FloripAmanhã articulou uma reunião entre as descendentes e a Prefeitura de Florianópolis para retomar o projeto do memorial. No próximo dia 11, elas estarão reunidas com Zena Becker, coordenadora de projetos especiais e relações com a sociedade civil na Prefeitura. “A AMAB conta com um acervo com dezenas de gravuras, mapas, maquetes e outros utensílios que resgatam a história do serviço aeropostal francês. O memorial visa resgatar a história dos pilotos franceses e dos pescadores, e a cidade ganha mais um ponto turístico e cultural. A sociedade precisa conhecer a sua história, de importância singular, para poder preservá-la”, defende o vice-presidente da FloripAmanhã, Salomão Mattos Sobrinho.

Além da agenda com a Prefeitura de Florianópolis, no dia 11, às 10h, a comitiva francesa estará na Escola Alexandre Sérgio Godinho, em Biguaçu, para visitar o projeto de literatura infantil do clássico “O Pequeno Príncipe” desenvolvido pela escola, com a curadoria de Mônica Cristina Corrêa. E no dia 13/10, às 10h30, Roseline e Sophie farão uma visita ao Casarão Aeropostale.

Elas já visitaram o Rio de Janeiro, onde participaram da abertura da exposição imersiva e sensorial “Pegadas do pequeno príncipe”, um evento com 600 m² e 10 salas interativas, em cartaz no Shopping Rio Sul. No fim de semana, Roseline e Sophie ficaram hospedadas na Casa do Pequeno Príncipe, em Petrópolis. Elas conheceram cartões-postais importantes da cidade, como o Museu Imperial, o Palácio Quitandinha e A Encantada, de Santos Dumont. No início da semana estiveram em Curitiba, no Hospital do Pequeno Príncipe.