As quatro etapas trabalham com diferentes estágios das doenças e visam dar qualidade de vida aos pacientes
A medicina preventiva tem como um dos principais objetivos proteger a saúde dos pacientes e controlar doenças em diferentes estágios. Dentro desta área, são estudados os níveis de prevenção, atualmente divididos em 4, podendo, em alguns casos, chegar a 5, uma novidade pós-pandemia.
Se você quer saber tudo sobre residência médica, precisa conhecer os níveis de prevenção, já que é um dos pilares estudados para as provas de residência. Entenda mais sobre o assunto!
Prevenção primária
São ações focadas no objetivo de impedir o surgimento de doenças. A ideia é proteger as pessoas e está dividida em dois conceitos, o de promover a saúde e a proteção específica.
Com esse tipo de prevenção é possível reduzir os gastos com os tratamentos de doenças. Aqui estão presentes os programas de vacinação e imunização, além de ações e campanhas educativas.
O incentivo à prática de atividades físicas, a melhora na alimentação, o uso de preservativo nas relações sexuais, campanhas sobre os malefícios de bebida alcoólica e cigarro ou do uso do cinto de segurança no trânsito, são parte da prevenção primária.
Prevenção secundária
Neste caso, a doença já existe, porém, o foco está em descobrir ainda no início, nos primeiros estágios e já iniciar o tratamento. Se envolve uma doença infecciosa, o objetivo inclui, inclusive, controlar a disseminação.
O diagnóstico precoce ajuda no tratamento e na recuperação da saúde, portanto, a prevenção secundária também é importante. Entram aqui os programas de rastreio, para verificar a pré-existência de uma doença, mesmo que sem sintomas.
Inclui os casos de câncer de mama, de colo de útero, de boca, de cólon e reto, de pele e de pulmão, da hipertensão arterial, do diabetes, o teste do pezinho, feito nos bebês, diagnosticados ainda no início e como medida preventiva.
Prevenção terciária
Assim como na prevenção secundária, neste caso a doença já existe, mas não está no começo. O objetivo passa a ser evitar danos e perdas funcionais, para que o paciente leve uma vida normal. Ou seja, permitir uma melhora ou boa qualidade de vida e o retorno às suas atividades diárias.
São feitos cuidados de longo prazo, medidas paliativas e acompanhamento para observar a evolução do quadro. Um exemplo é a reabilitação de um paciente após um AVC (acidente vascular cerebral). A enfermidade já aconteceu e o profissional de saúde vai ajudar o paciente em sua recuperação.
Outro exemplo de prevenção terciária envolve o acompanhamento para ver se o paciente está tomando a medicação ou seguindo os cuidados recomendados, para evitar que o quadro evolua e ocorra uma piora da doença.
Prevenção quaternária
É o último nível, quando o paciente já está com uma doença ao nível mais avançado. Esta etapa identifica medidas e tratamentos desnecessários para o paciente, buscando oferecer uma melhora na qualidade de vida.
Há também a prevenção ao uso de medicamentos em excesso e de cirurgias desnecessárias. Assim, o desafio está em encontrar tratamentos e outras medidas realmente eficazes para o paciente, já que, em muitos casos, tratar pode ser pior do que lidar com a doença, ou seja, o tratamento é agressivo.
Prevenção quintenária
É uma novidade, surgiu após a pandemia da covid-19 e ainda não é tão falada. Nesta fase, o foco está em cuidar de quem cuida, ou seja, do profissional de saúde. São medidas que visam melhorar a qualidade de vida deste, enquanto atua ajudando seus pacientes.
Um bom exemplo é a prevenção ao Burnout e o acompanhamento psicológico da equipe envolvida, visando prevenir a exaustão e, consequentemente, melhorar o atendimento aos pacientes, mesmo em uma emergência.
Situações aparecem em mais de um nível
Para entender melhor a questão dos níveis de prevenção, vale comentar que uma mesma enfermidade pode aparecer em diferentes níveis. O HPV, por exemplo, no primeiro nível inclui a vacinação e o incentivo ao uso da camisinha, no segundo, o exame ginecológico, como medida de rastreio.