Durante quatro dias, programação formativa do Festival reúne indígenas do Brasil e América Latina, além de estudantes, universitários e tradutores
Na perspectiva de fomentar as crescentes produções audiovisuais de realizadores indígenas no Brasil e América Latina, o 27º Festival Internacional de Cinema Florianópolis Audiovisual Mercosul – FAM 2023 promove a Oficina de Audiovisual para Povos Originários, ministrada pelo cineasta Ivan Molina, do povo Quechua, da Bolívia, dias 23, 24 e 25 de setembro, no IFSC Campus Florianópolis. Como exercício final, os participantes vão realizar um curta-metragem.
A oficina gratuita irá abordar o processo de construção de um filme, incluindo a estruturação de roteiro para diferentes gêneros dentro das cosmovisões e experiências dos participantes, elaboração de plano de filmagem, filmagem e a proposta de edição do curta.
O conteúdo é dividido em aulas teóricas e práticas, com as gravações. A atividade faz parte das ações de formação do FAM 2023 e promove o intercâmbio de experiências entre indígenas de diversos povos que já atuam no audiovisual ou interessados nas possibilidades das ferramentas e da linguagem audiovisual para a difusão de suas culturas, saberes e lutas.
Completando a programação formativa do Festival, a experiência de trabalho de tradução em 3 mil filmes para as maiores produtoras de vídeo e eventos audiovisuais no Brasil será compartilhada pelo jornalista, tradutor e intérprete Cesar Alarcon, na oficina Tradução Audiovisual. As atividades serão realizadas nos dias 25 e 26 de setembro, no Majestic Palace Hotel. A legendagem é medida importante também para acessibilidade de pessoas surdas, e a oficina encerra na data em que é comemorado o Dia Nacional do Surdo.
A oficina, também teórica e prática, irá apresentar o mercado de trabalho e as diferentes modalidades de tradução utilizadas no cinema, teatro e mídias audiovisuais, incluindo as principais técnicas e bases de Legendagem, Legendagem para Surdos e Ensurdecidos, Closed Captions e Legendagem Eletrônica. Cesar Alarcon, que é tradutor do FAM, vai auxiliar os participantes a desenvolverem seus primeiros trabalhos nessa área.
A oficina é voltada a estudantes, universitários, tradutores e participantes do festival, que vão traduzir trechos de diversos filmes desta edição do FAM 2023 e compreender como funciona o mercado da legendagem e da tradução audiovisual, resolvendo as atividades e dúvidas com o palestrante ao vivo.
As inscrições para a oficina de Tradução Audiovisual podem ser feitas através da plataforma Sympla.
Para a Oficina Audiovisual para Povos Originários serão ofertadas 16 vagas para participantes indígenas do Brasil e do Mercosul, com nível iniciante e básico no audiovisual. Serão oferecidas bolsas para indígenas que não vivem em Florianópolis. As inscrições são feitas através do formulário. Para participar, leia o regulamento e preencha as informações.
O FAM 2023 será realizado de 21 a 27 de setembro em Florianópolis.
Consulte classificação indicativa e medidas de acessibilidade para as diversas atividades.
O 27º Florianópolis Audiovisual Mercosul – FAM 2023 com realização da Associação Cultural Panvision, Muringa Produções Audiovisuais, Prêmio Catarinense de Cinema, Fundação Catarinense de Cultura, Estado de Santa Catarina.
Data e local:
Oficina de Audiovisual para Povos Originários
23, 24 e 25 de setembro, das 9 às 17 horas
IFSC Campus Florianópolis, sala 107
Av. Mauro Ramos, 950 – Centro, Florianópolis
Oficina Tradução Audiovisual
25 e 26 de setembro, das 9 às 12h
Majestic Palace Hotel, CC II
Av. Jorn. Rubens de Arruda Ramos, 2746 – Centro, Florianópolis
Sobre os ministrantes
Juan Iván Molina Velásquez
Sociólogo, autoidentificado como Quechua, é formado em realização audiovisual pela EICTV (Cuba) e Banff (Canadá). Documentarista desde 1989, realizou mais de duzentos documentários. No campo da educação e formação desde os anos 1990, atua com diferentes povos indígenas e jovens urbanos. Desde 2003 faz parte da equipe fundadora e é assessor permanente da Escola de Cinema e Artes Audiovisuais, realizador e docente em diversas ações desde a sua fundação. É coordenador de projetos de realização e formação no Mato Grosso do Sul e membro fundador da Associação Cultural dos Realizadores Indígenas (Ascuri).
Cesar Alarcon
Jornalista, tradutor e intérprete, mestrando em comunicação e audiovisual, com graduação e pós-graduação em jornalismo, letras e cinema, atuando no segmento audiovisual desde 1992 e no mercado de legendagem desde 2001. Traduziu mais de 3 mil filmes para as maiores produtoras de vídeo e eventos audiovisuais no Brasil. É associado da Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes – Abrates, e integrante do corpo docente da pós-graduação em tradução audiovisual das universidades Estácio e Phorte. Também é produtor, coordenador e responsável pela tradução e projeção de legendas nas principais mostras e festivais internacionais de cinema e teatro, presenciais e online, no Brasil e no exterior.