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Florianópolis, 24 novembro 2024

Especialistas da rede Ebserh alertam para importância do diagnóstico e tratamento de glaucoma

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Cegueira causada pela doença é assintomática e irreversível, mas pode ser controlada a tempo

O 26 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, uma doença que não apresenta sintoma e causa cegueira irreversível, mas que pode ser prevenida por meio de exames e tratada a tempo se for diagnosticada por um especialista. Por isso, é tão importante ter uma data para conscientizar sobre este problema que atinge 900 mil pessoas por ano em todo o Brasil, de acordo com oftalmologistas que atuam nos hospitais universitários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). 

“A gente tem que se antecipar à doença o mais cedo possível, porque o que a pessoa perder de visão não volta mais, mas é possível frear esse processo de perda”, complementou Tiago Tomaz de Souza, chefe do ambulatório de glaucoma no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC), de Santa Catarina. Na instituição, são feitos o diagnóstico e o acompanhamento do paciente, que pode ser encaminhado para o programa de fornecimento de medicamentos, desde que chegue ao hospital regulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Segundo o oftalmologista, como é uma doença silenciosa e sem sintomas, 90% das pessoas que têm glaucoma não sabem disso e grande parte só procura o médico quando começa a sentir dificuldades de visão, e esta cegueira já instalada é irreversível. “Por isso, ter uma data como o 26 de maio, dedicada à conscientização sobre o glaucoma, é fundamental para que profissionais de saúde e a população em geral conheçam formas de prevenir”, explicou. O médico Francisco Ferraz, do Hospital de Ensino Dr. Washington Antônio de Barros, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf), explicou que o glaucoma, geralmente, está associado à pressão intraocular elevada, sendo que alguns fatores de risco são: pressão intraocular acima de 21 mmHg, idade a partir de 40 anos, raça negra, parentes de primeiro grau com a doença, diabetes mellitus, hipertensão arterial, obesidade, enxaqueca, uso crônico de corticoides, alta miopia e traumatismos oculares. “Muitas vezes, os pacientes somente se queixam de perda visual numa fase avançada da patologia”, acrescentou. 

Segundo ele, o diagnóstico do glaucoma se baseia na avaliação do nervo ótico (exame de fundoscopia), na aferição da pressão intraocular e em exames complementares que mensuram com mais acurácia algum comprometimento visual, como a campimetria computadorizada e a tomografia de coerência óptica.

O tratamento, em sua grande maioria, consiste no uso regular e diário de colírios hipotensores que diminuem a pressão intraocular e objetivam estabilizar e frear o avanço da doença. Também são utilizadas terapias a laser e cirurgias fistulizantes em casos específicos ou refratários.

O oftalmologista Roberto Freitas de Castro Leão, que atua no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), que faz parte do Complexo Universitário da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA), explicou que o programa de dispensação de medicamentos é importante porque, como a doença não tem cura mas tem controle, o paciente tem que fazer uso de colírios que, muitas vezes são caros. 

“No Bettina, a gente consegue fornecer toda classe de medicamentos para glaucoma, além de fazer todo o atendimento de média e alta complexidade, atendendo pacientes em casos mais complexos e com indicação de cirurgia por exemplo, ou acompanhando casos de glaucoma congênito”, explicou. 

Teconologia

Um exemplo de atendimento de alta complexidade, envolvendo tecnologia avançada, de altos custos e que apresenta resultado expressivos no controle da doença é o Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), de Vitória (ES), segundo a oftalmologista Sheyna Reis da Silva Mattos, que atua no hospital e é especialista em glaucoma. 

“Esta estrutura do Hucam tem o objetivo de proporcionar serviços de qualidade à população e atendimentos para casos mais avançados que muitas vezes requerem procedimentos cirúrgicos”, disse a especialista. Ela fez questão de divulgar a importância da conscientização, destacando o evento educativo chamado “24 horas pelo glaucoma”, da Sociedade Brasileira de Glaucoma e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, que pode ser visto no site https://www.24hpeloglaucoma.com.br/.  

Sobre a Ebserh

O HU-UFSC faz parte da Rede Ebserh desde março de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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Legenda da foto: Oftalmologista do HU-UFSC faz exame em paciente para verificar a pressão intraocular