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Florianópolis, 23 novembro 2024

Estudo indica que casos graves de câncer de mama aumentam 26% no Brasil durante a covid-19; Radiologista alerta para importância dos exames

SaúdeEstudo indica que casos graves de câncer de mama aumentam 26% no...
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Entre as causas desse dado está a redução do número de mamografias nos períodos mais críticos da pandemia

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) publicou um estudo no International Journal Public Health (IJPH) que aponta para um aumento de aproximadamente 26% nos casos graves de câncer de mama no Brasil durante a crise da Covid-19. Conversamos com a médica radiologista da Clínica Imagem, em Florianópolis, Cristina Barreto, que ressalta a importância dos exames para o diagnóstico precoce e prevenção da doença. 

Entre as causas desse dado está a redução do número de mamografias nos períodos mais críticos da pandemia. “Com a pandemia, as pessoas deixaram de procurar os serviços de saúde para a realização dos seus exames com medo da Covid-19. O que acontece é que essa redução contribui para novas ocorrências do câncer de mama porque prejudica a prevenção da doença e o diagnóstico precoce, diretamente associado a tratamentos mais assertivos e menos invasivos”, explica a radiologista. 

“Para o diagnóstico precoce, e para mulheres que não estão em alto risco, costumo alertar para que as pacientes realizem os seus exames periódicos, como a mamografía, a partir dos 40 anos. Já mulheres com risco aumentado do câncer de mama, histórico familiar, entre outros, o controle pode iniciar mais cedo, e também com a realização da ressonância de mamas. Mas isso quem irá definir é o profissional mastologista de cada paciente. A periodicidade do exame pode ser realizada anualmente”, acrescenta a médica. 

A doutora Cristina ainda alerta que, associado à realização dos exames, é importante que as mulheres mantenham hábitos saudáveis, como fazer atividade física, manter uma alimentação saudável, evitar tabagismo e as bebidas alcóolicas. 

O câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres no Brasil, depois do câncer de pele. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê cerca de 73 mil novos casos da doença até o fim de 2023.

Sobre o estudo

O estudo avaliou os efeitos da Covid-19 no rastreamento do câncer de mama e no estágio clínico ao diagnóstico em pacientes de 50 a 69 anos atendidas na rede pública de saúde (SUS) no período de 2013 a 2021 no Brasil. 

Foram realizadas 1.613.119 mamografias em 2020, número 40% inferior às 2.658.289 mamografias realizadas em 2019. Em 2021, esse número foi de 2.189.734, ainda 18% menor em relação a 2019.

O estudo completo pode ser conferido em: https://www.ssph-journal.org/articles/10.3389/ijph.2023.1605485/full.