O preço médio da gasolina subiu 3,21%, enquanto o do etanol e do óleo diesel permaneceram estáveis
Os preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias de Florianópolis subiram 0,65% em março. O percentual foi menor em relação ao mês anterior (0,72%) e na comparação com março do ano passado (1,21%). Entre os grupos de preços pesquisados, os que mais falaram para o alto do mês foram os ligados aos transportes, habitação e alimentos consumidos em casa.
Nos primeiros três meses de 2023, o índice geral de pressão soma 2,10%. Já o acumulado nos últimos 12 meses caiu para 3,78%.
Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV) , calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) , com apoio da Fundação Esag (Fesag) .
Transportes e Habitação
Os preços ligados aos transportes subiram 1,40%. A alta foi puxada pelas passagens aéreas, que subiram 6,7% (levando a uma alta de 1,71% no subgrupo de transportes públicos). A gasolina também deu sua contribuição, com aumento de 3,21%, consequência do retorno parcial da cobrança de impostos federais. Já os preços do etanol e do diesel permaneceram estáveis.
No grupo Habitação, o segundo que mais contribuiu para o índice, a alta geral foi de 1,78%. Nesse caso, o principal impulso foi o aumento dos preços dos materiais de construção usados em reparos de imóveis, que ficaram 6% mais caros em março. Também houve uma alta de 1,64% nos custos com aluguel e taxas.
alimentação
A alta dos preços dos alimentos teve uma colheita em março (0,50%), se revelou com o mês anterior (0,30%). Os aumentos se concentraram nos alimentos comprados nas feiras e supermercados para consumo em casa (0,70%). As refeições consumidas fora de casa tiveram um aumento bem menor (0,20%), onde o destaque foi o aumento do preço do cafezinho (7%).
A maior parte da alta dos alimentos em março pode ser explicada pela entressafra de uma série de produtos, o que leva a uma menor oferta e, consequentemente, a uma alta sazonal dos preços. É o caso de hortaliças como a beterraba (alta de 18%) e alface (13%), de frutas como mamão (12%), morango (10%), melancia (8%), pera (8%), abacaxi ( 6%) e uva (5%), e dos ovos de galinha (12,8%). O tomate subiu 7%.
leite e leguminosas
O leite longa-vida também ficou mais caro em março (2,48%), mas aqui a causa não foi entressafra. “É um aumento que, pela época, não deveria ocorrer, e pode ter ocorrido por problemas na cadeia de produção”, explica o coordenador do ICV/Udesc Esag, Hercílio Fernandes Neto. Com o aumento do insumo, os derivados de leite subiram 2,39%, com destaque para o queijo prato (6%) e iogurte (5%).
Por outro lado, alimentos que estão em época de safra tiveram quedas expressivas nos preços. É o caso de alguns tubérculos e leguminosas, como a batata (-22%) e a cebola (-9,6%). O óleo de soja também ficou mais barato em março (-5,8%).
Outros preços
Além dos transportes, habitação e alimentação, houve alta em março nos preços ligados a saúde e cuidados pessoais (1%) e educação (0,23%). Houve queda nos preços dos artigos de residência (-0,33%), vestuário (-1,50%), despesas pessoais (-0,11%) e serviços de comunicação (-0,25%).
Sobre o Índice de Custo de Vida
O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 atendimentos-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 31 de março. O índice é publicado regularmente há mais de 50 anos.
A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o calculado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de margem nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.
Mais informações podem ser transmitidas em udesc.br/esag/custodevida , onde é possível consultar os boletins suspensos (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.