Agente do Meio Ambiente (AMA) trabalha para manter acesso à praia limpa na região
Um tênis, plástico, embalagens de comida e papel usado: em pouco mais de 25 minutos na trilha que dá acesso à praia do Riozinho, no Campeche, o Agente do Meio Ambiente (AMA) João Marcelo Prado Ferreira, 27 anos, enche uma sacola grande de lixo. Durante a alta temporada e nos dias de calor, o volume de resíduos triplica na área em que ele atua. Reflexo do alto fluxo de banhistas que acabam descuidando do meio ambiente enquanto aproveitam a praia no local.
“Eu geralmente faço limpeza entre segunda-feira e terça-feira, justamente porque no fim de semana fica um caos, com muita sujeira”, conta Marcelo. Ele atua como AMA desde o final de dezembro e diz que o programa ajudou a dar um novo sentido para uma atividade que ele já fazia de forma voluntária. “Sempre fiz esse tipo de trabalho voluntário pela praia ou na rua juntando o lixo. Agora, uni o útil ao agradável, com um pouco mais de propósito para as minhas ações”, comenta.
Marcelo conta que ainda se depara com turistas com pouca consciência na preservação do meio ambiente. “Às vezes preciso alertar a galera para falar da quantidade de lixo que deixam no local. Também é preciso fazer um trabalho de conscientização”, conta.
Apesar dos desafios, o zelador ambiental está contente com o trabalho realizado: “Estou bem feliz em cuidar daquela região. Quem conhece o Campeche tá ligado que o Pico do Riozinho é um dos principais em visitas e estava sempre cheio de lixo. Desde que comecei a limpar, estou conseguindo manter um controle agradável.”
As tarefas dos zeladores são definidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, inseridas e geridas no aplicativo pela empresa contratada. A plataforma fornece controle georreferenciado de ordens de serviço, registros fotográficos, monitoramento, rastreabilidade e relatórios customizados.
O zelador ambiental é contratado como microempreendedor individual (MEI). As atividades são realizadas na região onde mora, com horário reduzido e flexível que permite uma renda de até R$ 1,1 mil por mês.
“Nosso programa permite gerar renda enquanto promove a sustentabilidade. Florianópolis está na vanguarda de um programa que já foi reconhecido internacionalmente pela inovação que proporciona às cidades”, afirma o CEO do AMA, Marcelo Crivano.
Florianópolis foi a primeira Capital do país a adotar o programa de zeladoria urbana. Atualmente são mais de 4 mil usuários na rede social e cerca de 600 zeladores ativos na Capital catarinense. Desde abril, quando foi implementado, foram executados cerca de 60 mil serviços como varrição de ruas, capina, limpezas de bocas de lobo e atividades de Educação Ambiental, com conscientização dos moradores.
Sobre o AMA O AMA (Agentes do Meio Ambiente) é uma ferramenta que conecta pessoas interessadas em cuidar do meio ambiente e promove atividades relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Por meio de dois aplicativos, promove a interação social com pagamento de prêmios e cashbacks para usuários dispostos a realizar tarefas de cuidado com o meio ambiente. Além disso, é um novo modelo de limpeza urbana, baseado na participação dos próprios moradores dos bairros, com geração de renda e ações de educação ambiental. Premiada no Climate Smart Cities Challenge, um desafio internacional promovido pela ONU-Habitat e a Agência de Inovação da Suécia (Viable Cities), a plataforma já está em funcionamento em Florianópolis, em Santa Catarina, e Paranaguá, no Paraná, e tem projeto de expansão para outras capitais do país.